Opinião

Elas por Elas não é um remake e estreia com potencial para mudar os rumos da faixa das seis

Novela Elas por Elas é um reboot da obra de Cassiano Gabus Mendes


Lázaro Ramos em cena de Elas por Elas
Lázaro Ramos irresistível como Mário Fofoca - Foto: Reprodução/Globoplay
Por Daniel César

Publicado em 25/09/2023 às 19:50,
atualizado em 25/09/2023 às 20:31

Elas por Elas estreou nesta segunda-feira (25) na tela da Globo já desmistificando muita notícia que saiu por aí: não se trata de um remake. A obra, inspirada na original de Cassiano Gabus Mendes, de 1982, é um reboot e muito mais do que isso, ela mostrou potencial para rejuvenescer o trabalho do consagrado novelista, que morreu em 1993, e dar fôlego para a faixa das seis, com uma proposta bem diferente.

O primeiro capítulo serviu como apresentação das protagonistas, da história de cada uma e de como elas se envolveram no passado e, consequentemente, se envolverão no futuro. Dentro de uma proposta até simplista, a função básica da estreia funcionou porque foi possível conhecer a personalidade e as motivações de cada uma das mulheres.

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Se Elas por Elas já começou de forma simples, poderia ser visto como demérito, mas não é. A ideia de apresentar as protagonistas brincou com a tecnologia, o passado e fez muitas referências ao modelo de Cassiano Gabus Mendes. Evidente que não há o que se comparar no estilo de escrita e nem seria possível, afinal o autor original é um gênio, mas Thereza Falcão e Alessandro Marson deram conta do recado.

O roteiro construiu um novelo que o público terá de ir desamarrando, inclusive com alguns nós, ao longo dos próximos capítulos e conseguiu atender uma demanda que nem sempre é fácil: levantou vários ganchos para atrair o olhar até dos mais desatentos ou dos viúvos da novela anterior na faixa do horário.

Além disso, a proposta é muito diferente do que se vê na faixa. Marson, Falcão e a Globo ousaram em escolher às 18h para esta novela porque ela é nitidamente padrão sete da noite. Se funcionar, é possível encontrar elementos para dar fôlego para um outro tipo de história dentro deste horário e arrebatar novos fãs. É bem verdade que trata-se de uma produção de humor, mas diferente do que se vê às 19h, com mais rigor e muito melodrama envolvido.

Destacou-se no primeiro capítulo praticamente todo o elenco, que terá de ser observado mais de perto. Com muitos rostos novos e alguns que nunca haviam tido a chance de protagonizar uma história, é preciso dar tempo para que todos fiquem à vontade. Os grandes nomes desta estreia, no entanto, foram Deborah Secco, que nasceu para este papel e Lázaro Ramos, um Mário Fofoca de mão cheia.

Elas por Elas, no entanto, estreou bem graças ao trabalho minucioso de Amora Mautner. A mulher que já foi tida como a melhor diretora da atual geração e, após trabalhos nem tão valorizados assim teve que se reinventar conseguiu de novo. Ela pensou em cada detalhe, do figurino à cenografia, mas principalmente na composição das personagens e entregou uma direção impecável nesta estreia.

Potencial há e Elas por Elas, se conseguir manter o nível da estreia, pode reescrever a história do horário das 18h. É esperar para ver.

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