Opinião

Com fila de novelas morna na Globo, HBO Max pode "salvar a lavoura" em 2024

Beleza Fatal e Dona Beja já envolvem grandes expectativas, ao contrário dos próximos títulos da emissora carioca


Primeiras novelas brasileiras da HBO Max: Camila Queiroz em Beleza Fatal e Grazi Massafera em Dona Beja
Camila Queiroz em Beleza Fatal e Grazi Massafera em Dona Beja: HBO Max vai lançar duas novelas brasileiras em 2024 - Fotos: Divulgação
Por Walter Felix

Publicado em 05/12/2023 às 05:51,
atualizado em 05/12/2023 às 11:30

A HBO Max chegará com tudo ao mercado de novelas brasileiras em 2024. As primeiras imagens de Beleza Fatal e Dona Beja, divulgadas no domingo (3) durante a CCXP (Comic Con Experience), em São Paulo (SP), mostram um grande investimento, que pode “salvar a lavoura” no ano que vem – não apenas por aquecer o mercado audiovisual, mas também por trazer boas opções para o telespectador.

Beleza Fatal é uma criação de Raphael Montes, escritor conhecido por livros de mistério e pela série Bom Dia, Verônica, da Netflix. A história envolve vingança e luta por poder, aos moldes das novelas do horário nobre da Globo.

O elenco também é estelar, encabeçado por Camila Queiroz, Camila Pitanga e Giovanna Antonelli. A direção artística é de outra ex-global, Maria de Médicis. A trama é a grande aposta para a estreia da HBO Max no segmento.

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Dona Beja traz a estética das novelas de época da concorrente. A narrativa, contudo, se distingue das tramas das seis: é a biografia de uma cortesã que desafiou a sociedade de Araxá (MG) no século 19.

A protagonista será vivida por Grazi Massafera. A história real já ganhou as telas com Maitê Proença, em 1986, na novela Dona Beija, exibida pela Manchete com grande sucesso. O texto é de Daniel Berlinsky e António Barreira, com argumento de Renata Jhin e direção artística de Hugo de Sousa.

Fila de novelas da Globo tem poucas novidades

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Há grande expectativa para as duas novelas que a HBO Max pretende lançar em 2024. As produções não apenas aquecem o mercado, hoje muito restrito às atrações da Globo, como também oferecem ao telespectador um leque maior de opções – o SBT só produz infantis e a Record, religiosas.

O ano de 2023, afinal, não foi bom para as novelas. Na Globo, a grande atração foi Vai na Fé, às 19h. Amor Perfeito cumpriu sua função e conquistou fãs às 18h. Já os três títulos atualmente no ar, Elas por Elas, Fuzuê e Terra e Paixão, mais parecem uma repetição de fórmulas, sem grandes atrativos.

Os problemas se refletem na audiência: a emissora vive uma das maiores crises de sua história. Para 2024, não há grandes sinais de inovação a fim de sair desse limbo. A grande aposta é Renascer, remake de uma novela dos anos 1990, um déjà vu de Pantanal.

Para os demais horários, a Globo também parece preparar o mais do mesmo. Às 19h, mais uma comédia ligeira de Daniel Ortiz, que tinha o criativo título provisório de A Vovó Sumiu, mas que já virou Família é Tudo. Um sinal de que a emissora quer algo genérico e pouco inventivo.

Para a faixa das 18h, também não há grandes promessas. Uma história promissora de Licia Manzo foi cancelada para dar lugar a uma trama feita sob encomenda por Márcio Teixeira. No Rancho Fundo deve beber na fórmula de Mar do Sertão, que deu certo, mas não foi tão memorável quanto a Globo quer acreditar.

Há ainda a grande vantagem do ingresso de uma grande plataforma na produção do gênero mais popular do país, o que favorece os artistas. A gigante Netflix também vem aí com Pedaço de Mim, com Juliana Paes como protagonista. Sinal de que, ainda bem, o monopólio global pode chegar ao fim.

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