Streaming: Do cinema para a sua casa desde que você pague o valor do ingresso
Plataforma de streaming vende ou aluga títulos para assinantes
Publicado em 16/05/2024 às 08:25
Que as plataformas de streaming surgiram para ocupar o lugar que antes era das locadoras isso a gente já sabe, mas que chegariam ao ponto de cobrar de assinantes para "levar" um filme pra casa aí já é novidade.
Você já deve ter notado uma categoria que diz assim: "Do cinema para a sua casa". Quando se lê isso a primeira coisa que passa pela cabeça do assinante é que trata-se de filmes lançados há pouco tempo nas salas de projeção.
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E não está totalmente errado. O problema é que a chamada não passa de propaganda enganosa, uma vez que ao entrar na lista de títulos oferecidos você descobre que para assisti-los terá que pagar por fora da sua assinatura.
E como a cara de pau não tem limites, o assinante pode comprar ou alugar o filme. Provavelmente, o aluguel deve funcionar como nas operadoras de TV a cabo, o que também é algo questionável, que lhe dão acesso ao conteúdo por 24 horas, enquanto que a venda deve ter acesso permanente.
Calma, que ainda pode piorar. Nem sempre, os títulos oferecidos por fora da assinatura são recentes. É possível encontrar nessa seleta listinha clássicos e novos clássicos, filmes que cansaram de ocupar a grade da Sessão da Tarde, na Globo, ou do Cinema em Casa, do SBT.
Bons exemplos disso são produções como Uma Linda Mulher (1990), Ghost - Do Outro Lado da Vida (1990), Os Goonies (1985) e De Volta para o Futuro (1985). Todos lançamentos das décadas de 1980 e 1990.
Já entre os títulos mais recentes temos indicados ao Oscar como Babilônia (2023), A Baleia (2022) e Os Banshees de Inisherin (2022). Barbie (2023) e O Pior Vizinho do Mundo (2022), que já estiveram gratuitamente e voltaram a ser vendidos, enquanto que Oppenheimer (2023), por enquanto, está liberado.
Plataformas digitais prometem muito e oferecem pouco
Com o mercado já ocupado há anos pelas TVs por assinatura, as plataformas de streaming surgiram como alternativa para desafogar o consumidor que se via diante de um número exagerado de canais oferecidos quando, na verdade, não consumia nem a metade deles.
Na teoria, o serviço deveria ser mais direcionado, poupando o tempo do assinante, mas na prática deixa a desejar ao disponibilizar um catálogo pouco otimizado, de difícil acesso e nada atrativo.
Principalmente, em se tratando de filmes. É fato que o consumo de séries, tanto no Brasil quanto no mundo, é absurdo. 9 entre 10 assinantes de TVs a cabo e/ou de plataformas de streaming são fãs desse tipo de produção.
Já quando se pensa em filmes, seu público alvo é muito mais seletivo. Um cinéfilo raiz sempre irá preferir ir aos cinemas, o que não deixa de ser uma ótima notícia.
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No entanto, assisti-los no conforto de casa não deixa de ser complicado. Isso porque enquanto as TVs a cabo reprisam demais, a TV aberta diminuiu de forma gradual a programação em sua grade e, ainda, exibe títulos em horários ruins.
A verdade é que as plataformas digitais funilaram o mercados audiovisual. Assim como ocorreu quando os CDs substituíram os vinis, as fitas VHS deram lugar para os DVDs que hoje caíram em desuso.
Hoje, o que nos resta é passar horas navegando em busca de um título interessante, e de preferência que esteja incluído na assinatura. E se a ideia do streaming era recordar o tempo que a gente perdia na locadora não seria exagero afirmar que conseguiram com sucesso.
Afinal, quem nunca caiu no sono procurando por um filme ou desistiu no meio do caminho diante da oferta nem sempre atrativa, que atire o primeiro controle que encontrar pela frente.