Por que Mariana de Renascer traumatizou Adriana Esteves e está consagrando Theresa Fonseca?
Atual intérprete se dá bem com a controversa personagem, que rendeu problemas à atriz veterana na primeira versão da novela
Publicado em 06/05/2024 às 06:00,
atualizado em 06/05/2024 às 07:17
Controversa e dúbia, Mariana é uma das personagens mais complexas de Renascer. Se em 1993, quando a primeira versão da novela foi ao ar na Globo, a jovem vingativa traumatizou Adriana Esteves, duramente criticada pelo desempenho no papel, hoje, em 2024, Theresa Fonseca tem colhido bons frutos do trabalho no remake da trama.
Mariana é a principal personagem feminina da segunda fase de Renascer. É o oposto de Maria Santa (Duda Santos), a inocente mocinha da primeira fase. Quer vingar a morte do avô, Belarmino (Antônio Calloni), e por isso se aproxima de José Inocêncio (Marcos Palmeira), com quem se casa.
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Logo no início, Mariana parece desistir da vingança ao se apaixonar pelo coronel, mas o desejo de ir à forra volta a aparecer no decorrer da história. Ela nunca deixa clara sua real intenção. Além disso, seduz João Pedro (Juan Paiva) e acentua a rivalidade dele com o pai.
Precedente trouxe cuidado
Com o histórico da personagem, que rendeu forte rejeição a Adriana Esteves em 1993, houve um cuidado até mesmo do público, notado pelas redes sociais, em avaliar a atuação de Theresa Fonseca. Já se sabe que esse é um papel problemático, e o precedente pode ter ajudado a novata na empreitada.
A própria atriz encarou o desafio ciente do que aconteceu na primeira versão, o que também a coloca em vantagem. É certo que a intérprete teve cautela na concepção de sua Mariana, enquanto Adriana, provavelmente sem saber o que viria pela frente, foi jogada aos leões.
Criticada pelo público e pela imprensa, Adriana entrou em depressão e passou a recusar papéis na TV após a experiência em Renascer. Dedicou-se ao teatro e fez novelas no SBT. Só voltou à Globo quatro anos depois, em A Indomada (1997).
Marianas são bem diferentes
As duas Marianas também são bem diferentes. A primeira era mais infantil, soava ingênua, era como uma Lolita de Ilhéus. Desta vez, apesar de também ser muito jovem, já aparece como uma mulher adulta, determinada, por mais que infeliz em suas intenções.
Ainda que o próprio papel reserve armadilhas às atrizes, as críticas de 1993 também não eram infundadas. Adriana estava em início de carreira, com 24 anos, e só depois, com segurança de veterana, se consolidou como uma das melhores de sua geração.
Theresa também é bem jovem, tem 26, está apenas em sua segunda novela, mas já parece ter mais estofo. Sua Mariana também não escapa de críticas, mas o telespectador de hoje se mostra mais maduro ao diferenciar a personagem de caráter duvidoso do desempenho da atriz.
Público de 2024 adota personagens dúbios
Outro fator importante: o público atual parece mais aberto a adotar personagens dúbios, especialmente as femininas. As vilãs se tornaram muito populares e passaram a fazer sucesso de uns tempos para cá, o que não era tão consolidado. Protagonistas sem viés maniqueísta tinham ainda menos vez nos idos dos anos 1990.
Nota-se, por exemplo, que uma figura feminina de grande destaque na nova Renascer não tinha tanta força em 1993. Eliana (Sophie Charlotte), que também faz as vezes de vilã, é quem mais movimenta a história hoje – e o papel não tinha essa mesma repercussão no original, quando defendido por Patrícia Pillar.
Assista à abertura de Renascer:
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