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Amazon se alia a "Netflix do cult" para lançar novo pacote de assinatura

MUBI passa a oferecer seu catálogo de filmes como canal adicional dentro do Prime Video


Logomacas do Prime Video e Mubi
MUBI chega a Amazon Prime Video nesta quinta-feira (12)

Grandes nomes do cinema cult, incluindo Paolo Sorrentino, Agnès Varda e François Truffaut, agora estão no Prime Video ao lado de produções como The Office, Todo Mundo Odeia o Chris e LOL: Se Rir Já Era. É que a partir desta quinta-feira (12), a plataforma de streaming da Amazon passa a contar com o canal MUBI, informa esta coluna em primeira mão.

A MUBI é, originalmente, uma plataforma de streaming global fundada no Reino Unido em 2007 que se posiciona como “dedicada a enaltecer o melhor do cinema” - reunindo um acervo de grandes obras da sétima arte, com um foco especial na curadoria. Antes apenas vendido como uma assinatura separada, o serviço passa a integrar o Prime Video Channels, iniciativa da Amazon que permite acessar conteúdos de terceiros sem precisar mudar de app.

Dessa forma, a MUBI se junta a canais como Paramount+, Looke e Discovery+, que já oferecem o seu catálogo no Prime Video. Com o pagamento de um valor adicional além dos R$ 14,90 do Amazon Prime, o assinante “expande” os filmes e séries que tem direito a assistir. No caso da MUBI, o plano sai por R$ 29,90 ao mês.

Entre os destaques da curadoria da MUBI para janeiro, o canal traz a estreia exclusiva de Aftersun, longa que vem fazendo burburinho no círculo cult, além da adição de títulos como Cães de Aluguel (de Quentin Tarantino), Minhas Mães e Meu Pai, Festa de Família e uma mostra especial do cineasta hispano-mexicano Luis Buñuel. Drive My Car, atual vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional, também é um dos destaques do catálogo.

Os canais - ou channels - são a nova tendência entre as plataformas de streaming. Com a competição feroz no setor, é cada vez mais complicado convencer os usuários a assinarem serviços diferentes, lotando seus dispositivos com mais apps. Ao mesmo tempo, fica difícil para cada plataforma manter os altos custos de seu ecossistema fechado, além do desafio de gerenciar cobranças e o atendimento ao cliente.

No caso do Prime Video Channels, a Amazon cuida dos servidores, cobranças e do aplicativo. Para o parceiro, que é o caso da MUBI, basta compartilhar o conteúdo. Elas, então, dividem a receita das assinaturas. Já o usuário final fica com a comodidade de ter tudo em apenas um aplicativo, com uma única forma de pagamento.

O mesmo modelo existe na Apple TV e no Globoplay - essa última, inclusive, descontinuou o app do Telecine para transformá-lo em um canal de streaming no irmão mais novo. A tendência é que, daqui para frente, mais canais surjam enquanto plataformas sejam encerradas, em uma consolidação desse mercado.

Sim, o futuro do streaming se parece cada vez mais com a sua antiga TV paga.

Warner também ficou Prime

Não é só a MUBI que pintou no Prime Video. Se você reparou bem, desde dezembro estão aparecendo por lá diversos filmes da Warner Bros. - como Homem de Aço, Interestelar, Judas e o Messias Negro, Mulher-Maravilha 1984 e Matrix. Todos sem custo adicional para assinantes Prime, dentro da assinatura mensal de R$ 14,90

Essa chegada, além de deixar o catálogo da plataforma da Amazon mais forte, é um retrato da nova fase da Warner - e que tem relação com outro serviço de streaming.

A HBO Max foi lançada em 2020 pela então WarnerMedia, na época uma divisão do conglomerado de telecomunicações AT&T, como a "mata Netflix". Em outras palavras: ser aquele streaming forte, com conteúdo para todos os públicos, para fazer frente ao principal concorrente nesse mercado.

A nova plataforma passou a ter prioridade em filmes e séries, seja com investimento em exclusividades ou com produções de cinema chegando antecipadamente ao serviço. A isso, se juntou o centenário acervo de cinema da Warner Bros., além do robusto catálogo de TV do estúdio. Eram em parte produções que você, antes, encontrava apenas no Telecine e na Netflix, mas aos poucos estão sendo retiradas para privilegiar a exclusividade da HBO Max.

Tudo isso mudou depois que a WarnerMedia saiu do guarda-chuva AT&T e fez uma fusão com a Discovery Inc., se transformando na Warner Bros. Discovery. O novo chefão, o CEO David Zaslav, foi em busca de cortar custos e de novas formas de rentabilizar os seus conteúdos, tudo para diminuir os enormes débitos do novo grupo. E se isso representar diminuir a HBO Max ou fortalecer a concorrência, que assim seja.

Resultado? O tão falado cancelamento do filme Batgirl, que era para ser exclusivo da HBO Max e estava quase pronto, entre outras iniciativas polêmicas.

É aí que chegamos aos filmes da WB surgindo no Prime Video. O motivo é claro: o grupo lucrar vendendo os direitos de exploração de suas produções em uma janela posterior a da HBO Max. É um caminho para entrar um dinheiro a mais com aquilo que já estava na gaveta - disponível apenas para os usuários da plataforma da Warner.

Os assinantes do serviço da Amazon também ficam felizes - afinal, o catálogo está melhorando. Já quem tem a HBO Max não perde nada: diferentemente do contrato com o Telecine, que exige exclusividade, o acordo com o Prime Video não tem a mesma obrigação. Ou seja, tudo fica disponível nos dois streamings.

É possível também que, em breve, a parceria seja estendida à chegada da própria HBO Max ao Prime Video Channels, no mesmo formato da MUBI. Nos Estados Unidos, isso está ocorrendo desde o finalzinho de 2022.

Agora, resta saber se no longo prazo essa pulverização do grande catálogo da Warner Bros. com outras plataformas não acabe diminuindo a proposta de valor da HBO Max. Isto é, que quem assina por causa do catálogo clássico decida ficar apenas no pacote básico do Prime Video, mais barato.

Bom, há muitos "ses" - e nem sabemos se a HBO Max continuará com esse nome. De acordo com a CNBC, é provável que o streaming (que terá junto todo o conteúdo do Discovery+) em breve passe a se chamar apenas Max.


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