Enfoque NT

Ninguém sabe, ninguém viu: Globo faz de conta que Se Joga nunca existiu

Se Joga está há mais de seis meses fora do ar sem planejamento de volta


Fabiana Karla, Fernanda Gentil e Érico Brás no se Joga
Fabiana Karla, Fernanda Gentil e Érico Brás à frente do Se Joga - Reprodução/TV Globo

Na última quarta-feira (30), o Se Joga, programa que a Globo lançou para voltar ao primeiro lugar no Ibope na Grande São Paulo, completaria um ano se estivesse no ar. Sob o comando de Fernanda Gentil, Érico Brás e Fabiana Karla, teve sua última edição apresentada em 16 de março, há mais de seis meses, quando o Brasil entrou em quarentena e isolamento social.

De lá para cá, o horário não foi ocupado por nada novo, sendo preenchido pelo Jornal Hoje, que devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) ganhou mais espaço na grade e hoje se firmou com mais tempo de arte. Atualmente, o telejornal apresentado por Maju Coutinho tem pouco mais de uma hora e meia.

O Se Joga surgiu diante da necessidade de substituir uma marca como a do Vídeo Show (1983-2019), extinto em janeiro do ano passado, mas com uma mescla de tudo que ele fazia. Só que pior. A liderança de audiência em São Paulo, objetivo da atração, se transformou em saco de pancadas da Record e um dos maiores vexames da história recente da Globo.

Paulo Vieira cantou a bola do cancelamento do Se Joga

Ninguém sabe, ninguém viu: Globo faz de conta que Se Joga nunca existiu

Rumores da extinção do vespertino da Globo ganharam força quando Paulo Vieira, que tinha um quadro no Se Joga, declarou em uma live, em maio, que o programa havia terminado. "Já me deram tchau", disse.

A Globo esclareceu, na ocasião, que o quadro do humorista é que estava encerrado e o retorno da atração em si, bem como a do Mais Você, não tinha previsão diante do cenário de saúde pública.

Poucos dias depois, Fernanda Gentil admitiu ao jornal O Globo que também não sabia quando o Se Joga retornaria. E por que a Globo não admite logo que ele terminou? A loira, aliás, chegou a ganhar quadro no É de Casa e surgiu como substituta de Fátima Bernardes pela segunda vez nesta última semana no Encontro.

A emissora reluta em decretar oficialmente seu fim, talvez na tentativa de fingir que ele nunca existiu. Afinal, foi um erro substancial na grade de programação num horário tão competitivo e também que vinha sendo problemático.

Em nota a esta coluna do NaTelinha, a Comunicação da Globo disse: "Neste momento, estamos avaliando e estudando as possibilidades para a volta de todos os projetos que, assim como o Se Joga, precisaram ser interrompidos por causa da pandemia (outros projetos, por enquanto também seguem temporariamente suspensos)".

A emissora reitera ainda que a partir da próxima semana, a programação sofrerá ajustes para acomodar o horário eleitoral. "Assim que tivermos novidades, divulgaremos", encerra.

A chegada do horário político é só mais uma muleta para adiar o fim do Se Joga. A estratégia deve ser mesmo fazer com que ele seja esquecido e pensar que tudo não tenha passado de um delírio coletivo.


Thiago Forato é jornalista, assina a coluna Enfoque NT desde 2011, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br ou no Twitter, @tforatto

 

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