Altas Horas esquece as origens e peca pela banalização dos especiais
Programa de Serginho Groisman deixa de apresentar elementos que o consagraram
Publicado em 30/11/2024 às 10:25
O que começou de maneira pontual em 2019 - antes da pandemia - se transformou em algo fixo. As homenagens e tributos do Altas Horas simplesmente engoliram aquilo que o programa tinha de melhor: interação com a plateia, perguntas dos jovens e a discussão de temas relevantes.
A atração comandada por Serginho Groisman agora é um musical que banalizou aquilo que antes era um diferencial, esvaziando a essência do programa. A produção é irretocável e existe uma demanda de esforço grande para "segurar a peteca" semanalmente.
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O sarrafo é alto, mas o excesso de homenagens diminuiu o impacto delas. A fórmula, que também é seguida no Som Brasil e vez ou outra no Caldeirão com Mion, caminha para uma saturação.
A plateia, que antes era protagonista e parte integrante do Altas Horas, virou coadjuvante, com a missão apenas de celebrar convidados e bater palmas. Quando tudo é especial, também deixa de ser.
A mudança de horário para depois da novela das nove em 2022 pode ter sido parte fundamental do processo. Como um programa que ia ao ar de madrugada, era mais viável ser menos comercial. A "vida inteligente na madrugada" deu espaço ao filão da música - e nostalgia - que custaram a própria identidade na tentativa de ser mais atrativo aos olhos do público que consome o Altas Horas em horário nobre.
SBT perde aquilo que oferecia de melhor
Filão preterido há anos, os filmes na TV aberta já não são mais um evento. O SBT se gabava de ser a "rede dos filmes milionários" com um extenso pacote de produtoras como a Warner e Disney, e agora, para cumprir tabela, exibe produções de gosto duvidoso.
A emissora que se consagrou por aliar programas de auditório e bons enlatados, não vem conseguindo garimpar com qualidade, salvo raras exceções. Nas sessões regulares, produções velhas e trash, pra não dizer B, como Babylon 5: A Lenda dos Rangers (2002) em cartaz no último Cine Espetacular.
Sem alarde, a Band vem fazendo um trabalho mais bem feito nesse sentido, ainda que não consiga sequer superar 1 ponto de audiência.
Falando em Band...
O Programa do João, depois que mudou de dia, se escondeu. Jogado aos leões em pleno domingo à noite, perdeu a oportunidade de ser relevante. Com tanto espaço na programação, fica difícil entender porque a emissora o mantém ali.
Enquanto isso, o Sabadão da Gente, no ar desde setembro, faz uma das fumaças mais interessantes e sem o mesmo cartaz.
MasterChef Confeitaria em alta no YouTube
Se a audiência do MasterChef Confeitaria não consegue ultrapassar 1 ponto na Grande SP, na internet o talent gastronômico se mantém nas alturas.
Com episódios divididos em cinco partes no YouTube, o programa supera com facilidade a marca de 1 milhão de visualizações.
O destino do MasterChef
Sem Ana Paula Padrão para 2025, a Band não cogita dar um tempo maior para descansar o formato. E também pudera: segue rentável.
Estreia de Eliana na Globo
Depois de 15 anos nos domingos do SBT, Eliana encarou sua primeira plateia na Globo no Vem Que Tem. Especial da emissora para turbinar o faturamento na Black Friday, a loira dividiu a apresentação da atração com Paulo Vieira na última quinta (28).
Uma apresentadora do quilate de Eliana não deveria dividir o comando com ninguém. Sobre o que foi apresentado: até bons games com a plateia e bom desembaraço da loira, que tirou o nervosismo inicial da estreia de letra. Mas as esquetes de humor, francamente... Completamente descartáveis.
Thiago Forato é jornalista, assina a coluna Enfoque NT desde 2011, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br