Inteligência artificial e volta de jornalístico: SBT acerta em variedade na linha de shows
Emissora aposta em variedade nos fins de noite
Publicado em 06/09/2025 às 09:55
Em meio às mudanças de programação e ajustes em um avião em pleno voo, o SBT acertou em cheio na linha de shows. Se há algo positivo a ser destacado, é a estreia recente de No Alvo e a volta do SBT Repórter. Os programas ainda vão ao ar um pouco tarde - anunciam às 23h15 -, mas fica difícil puxar para mais cedo com o Ratinho registrando entre 4 e 5 pontos e sendo um dos poucos que conseguem vencer a Record. O "roedor" acaba sendo um importante alavanque para todas essas atrações.
Desde julho às segundas, o No Alvo promete ser o programa mais democrático da TV brasileira. Uma inteligência artificial coleta, organiza e cruza informações disponíveis publicamente na internet. "O que era informação, virou munição", diz o semanal logo na abertura. A premissa é interessante e ver os convidados sendo confrontados por uma IA com base (muitas vezes) no que eles mesmos disseram é talvez o maior golaço do SBT no ano.
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Em uma televisão que cada vez mais recorre aos formatos estrangeiros, ter algo essencialmente brasileiro é louvável. Claro que há inspirações em atrações do passado, mas se propor a modernizar e oxigenar é algo que deveria ser priorizado.
Sai filme, volta o SBT Repórter
O SBT tirou o Cine Espetacular do ar após 25 anos. Sem ter um estoque de filmes como em outros tempos, sua existência já não fazia mais sentido. A volta do SBT Repórter também se mostrou acertada. Ter um produto nessa linha "premium" é essencial em uma programação que busca se diversificar.
Foram duas boas edições exibidas com apresentação de Cesar Filho. A estreia sobre os sobreviventes dos campos de concentração do regime nazista com Madalena Bonfiglioli - que a propósito, merecia um produto desse calibre - e na última terça (2), um "remember" do Caso Richthofen.
São dois produtos com o DNA do SBT e que já dão outra cara para a linha de shows. No restante dos dias, segue igual.
A linha de shows do SBT
Às quartas, o Arena, que faz um pós-jogo das rodadas. A Praça É Nossa segue firme e forte nas quintas e é um bravo resistente. Às vésperas de completar quatro décadas na emissora, o humorístico é um dos poucos da casa que conseguem a vice-liderança semana sim e semana também.
Nas noites de sexta-feira, a Tela de Sucessos foi a sessão de filmes que "sobrou" no horário nobre. Sem contrato com os maiores estúdios de cinema, o SBT vem escalando reprises surradas e inéditos de qualidade B. A emissora que fez tanto sucesso exibindo blockbusters pode garimpar produções melhores.
Aos sábados, Virginia Fonseca está há mais de um ano e meio no ar e é o programa de auditório que faltava ali no horário. Claro que precisa buscar quadros novos e aposentar outros, mas isso é outra conversa.
No mais, a linha de shows do SBT ficou realmente diversa: desde uma entrevista conduzida por uma IA, passando pelo jornalismo, esportivo e humorístico, até um filme ou programa de auditório.
Thiago Forato é jornalista, assina a coluna Enfoque NT desde 2011, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br