Coluna Especial

Chadwick Boseman: Crianças negras tinham um super-herói como elas no cinema

Astro de Pantera Negra morreu vítima de câncer no cólon


Chadwick Boseman em Pantera Negra
Divulgação

A noite do dia 28 de agosto de 2020 nos tomou de susto com a triste notícia da morte precoce do ator Chadwick Boseman, 43 anos, vitima de um câncer de cólon. Dia emblemático esse, há exatos 57 anos nos degraus do Lincoln Memorial em Washington D.C., como parte da Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, Martin Luther King fazia o famoso discurso que teve a frase simbólica: "Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter".

E isso não poderia ser mais simbólico. Boseman é um rapaz negro que com certeza tinha King como ídolo e talvez não fizesse ideia do quanto também se tornou um para milhares de jovens negros em todo mundo. Ou talvez soubesse. Ele, um ator brilhante, fez inúmeros filmes incríveis, mas foi em seu papel como T’Challa, o príncipe do país de Wakanda que é alçado ao trono de Rei e que assume a figura de Pantera Negra, que tudo muda.

Muda a forma como o negro se vê na cultura pop. Nos faz sair da posição secundária e caricata para o protagonismo e liderança. Isso transborda em um sentimento de pertencimento para o povo negro, trazendo uma autoestima nunca vista antes, a partir daquele momento éramos negros de todo o mundo cidadãos de Wakanda.

Chadwick Boseman: Wakanda Forever!!

Chadwick Boseman: Crianças negras tinham um super-herói como elas no cinema

E sua partida nos fere como a perda de um parente próximo. Com ele tínhamos pela primeira vez uma figura de orgulho. As crianças negras tinham pela primeira vez um super-herói como elas no cinema e podiam exibir isso com camisas e bonecos nas ruas. Com sua partida nos sentimos órfãs de figuras assim, mas esperançosos que espirando seu legado, novos exemplos virão.

Chadwick Boseman nos deixa, mas assim como outros que se foram, não morre jamais. Continuará como expiração e força para continuarmos na luta e sabendo que ele estará nos orientando agora como ancestral. Obrigada meu Rei, Wakanda Forever!!


Elaine Pacheco - Psicopedagoga – Coordenadora do Projeto Roda Viva

Membro do Fórum das Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro

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