Globo aposta em novelas de medalhões que nunca foram ao ar para bombar às 21h
Emissora levanta sinopses inéditas de escritores como Manoel Carlos e Gilberto Braga

Publicado em 13/04/2025 às 06:14,
atualizado em 13/04/2025 às 12:55
A Globo enfrenta dificuldades em renovar seu quadro de autores para o horário das novelas das nove, tradicionalmente reservado aos escritores mais experientes. Diante disso, o NaTelinha apurou que a emissora está realizando um levantamento das sinopses apresentadas por seus medalhões que ainda não foram aproveitadas, para treinar novos profissionais para este horário. Entre essas histórias, há novelas inéditas de Manoel Carlos e Gilberto Braga (1945-2021).
A intenção, segundo fontes ouvidas, seria levar os textos ao ar nos mesmos moldes do que ocorre atualmente com Manuela Dias em Vale Tudo, onde ela escreve uma nova versão da trama criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères (1926-2004).
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Investir em textos escritos por autores renomados representa uma garantia maior para que o folhetim não enfrente dificuldades na audiência durante o horário das nove.
Dentre as histórias inéditas que não foram ar tem: Intolerância e Feira das Vaidades, de Gilberto Braga; O Cerco, de Benedito Ruy Barbosa; e Castelo de Areia, de Manoel Carlos. Esses são apenas alguns títulos dos autores veteranos que a Globo detém os direitos. Aguinaldo Silva e Carlos Lombardi também possuem folhetins na gaveta da emissora.
O contrato da Globo com os autores veteranos
A Globo sempre adotou como política manter seus grandes escritores sob contratos fixos. Assim, qualquer texto criado por esses profissionais durante o período de vigência do contrato passa automaticamente a pertencer à emissora, garantindo total controle sobre a utilização e exploração dessas criações. Contrato conhecido no mercado como cessão de direitos autorais.
Esse cenário só mudou nos últimos 3 anos, quando a Globo passou a trabalhar com vínculo por obra.
A crise no horário destinado aos autores das novelas das nove, tradicionalmente considerado o produto mais valioso da televisão brasileira, se agravou com a aposentadoria de Benedito Ruy Barbosa e Manoel Carlos, a morte de Gilberto Braga e saída do canal de Silvio de Abreu. Essa situação foi intensificada com a saída de Glória Perez, após 54 anos na emissora, na última semana. Esses nomes sempre se revezaram nos folhetins das 21h.