Coluna do Sandro

2018, o ano perdido da Band


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Divulgação

Faltando quatro meses para seu término, 2018 será o ano que os executivos da Band devem querer esquecer. O canal teve um desempenho ruim nas novas apostas da grade, fechou dezenas de postos de trabalho e demonstrando desorganização, demitiu diretor e apresentadora antes do novo programa ir ao ar.

Atualmente, a emissora está sendo capitaneada por André Aguera, vice-presidente executivo, e todas as definições de programação, artística, comercial e estrutural, passam por seu crivo. Devido ao seu alto poder de decisão, Aguera ganhou o apelido de o "Boni da Band", embora não tenha tido a mesma sorte no Ibope quanto o original da Globo.

Desde que o executivo passou acumular tantas funções, em dezembro de 2017, coincidentemente, a emissora passou a atingir uma audiência frustrante.

No último domingo (05), exibindo o "Band Esporte Clube", cinco horas do programa de Datena, o esportivo de Milton Neves e a sessão de filmes de fim de noite, a emissora fechou com 1,5 ponto na média-dia. Número inferior à RedeTV!, que concorreu no horário com parte da programação vendida para infomerciais e atingiu 1,7. Com esse resultado, quem será o primeiro para assumir o erro?

2018, o ano perdido da Band

Entre conversas realizadas nos interiores da emissora, se discute que André Aguera estaria perdido na área de programação e tentando buscar soluções para o bolo que já desandou.

Mas os resultados pífios da Band em 2018 eram esperados. Nem o original Boni da Globo, que transformou o canal carioca num sinônimo de qualidade de TV e num quinto poder do país, trabalhou sozinho. Teve ao seu lado gente do maior nível como Walter Clark, Daniel Filho, Armando Nogueira, dentre outros nomes extraordinários que sabiam como criar um produto para TV aberta e entendiam a cabeça do público que ficava na frente da telinha.

O Boni original também permitia todo um desenvolvimento de trabalho com liberdade e sem temor que, dentre eles, um pudesse ocupar seu cargo pelo destaque profissional.

Um exemplo da desorganização da Band foi a contratação da apresentadora Luisa Mel, em abril, para comandar um programa sobre defesa dos animais. Três meses depois, ela foi dispensada de forma misteriosa, dias após o diretor da nova atração também ter sido demitido.

2018, o ano perdido da Band

Nas redes sociais, Mel desabafou: "Quero dizer para vocês que entendo a Band. Sou uma ativista e causo muitos problemas com anunciantes". Mas como não viram isso antes?

Aliás, existe outro mistério na Band. De quem foi a ideia de trazer Netinho de Paula de volta à televisão?

O desempenho ruim da nova programação teve consequências entre os funcionários da emissora. Boa parte perderam seus empregos em maio, alguns com anos de casa.

Todos nós estamos suscetíveis a erros, mas errar com o dinheiro dos outros é sempre mais fácil.

Dentro da emissora, a ordem agora é pensar no próximo ano. Pensa em 2019, sem saber o que vai ao ar em setembro, outubro e novembro, é mais um devaneio. Uma árvore só dá folhas e fruto quando tem boa raiz.

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