Publicado em 01/09/2022 às 05:45:00,
atualizado em 01/09/2022 às 08:44:15
Ao longo da história da televisão muitos quadros de programas fizeram sucesso na época em que foram exibidos. Muitos deles, porém, não seriam bem vistos nos dias de hoje, seja pela sexualização do corpo da mulher ou temáticas racistas, homofóbicas e machistas. Auge dos anos 90, muitos desses quadros deram o que falar e abusaram do politicamente incorreto, já que, naquela época, não havia preocupação com os temas que hoje são amplamente discutidos.
O Banheira do Gugu, do Domingo Legal, é um exemplo de atração que fez muito sucesso quando foi ao ar, mas que, hoje, poderia ser questionado. O quadro era uma disputa em que famosos tentavam encontrar sabonetes dentro de uma banheira, mas eram impedidos por modelos de biquíni que tentavam segurar os convidados.
Na atração, passaram 10 mulheres, incluindo Luiza Ambiel e Solange Gomes que tinham suas curvas exibidas à exaustão na televisão, incluindo closes no bumbum e seios delas. Nos tempos atuais, o quadro certamente sofreria interferência de grande parcela da sociedade, por sexualizar o corpo da mulher. Confira outras atrações que deram o que falar e que não seriam vistas com bons olhos atualmente.
Assim como a Banheira do Gugu, o Programa H tinha brincadeiras que deram o que falar. Em uma delas, Tiazinha, personagem imortalizada por Suzana Alves, aparecia com roupas sensuais, cobrindo o rosto com uma máscara. No quadro, meninos respondia a perguntas e, se caso errassem, eram penalizados pela assistente de palco, que poderia ser chicotadas e até depilação. Sempre muito sensual, Tiazinha causou um auê por conta de seu figurino quase nu.
A Feiticeira, outra personagem do programa, interpretada por Joana Prado, também aguçava a curiosidade por causa de seu corpo, sendo coberto apenas por um véu. Em dado momento, por conta do teor das brincadeiras, o Programa H passou a ser exibido na grade noturna da Band.
Na tentativa de concorrer com o Domingo Legal, que alavancava sua audiência com a Banheira do Gugu, o Domingão do Faustão tentou incluir em sua programação um quadro que também mostrava uma mulher seminua no palco. No caso do Sushi Erótico, as modelos eram cobertas apenas por comida japonesa, que eram ingeridas por famosos no palco.
Da vez em que foi exibido, Márcio Garcia, Mateus Rocha e Oscar Magrini participaram da brincadeira e ainda comentaram sobre os corpos das moças no palco. Depois de ser exibido, o proprietário da Globo na época, Roberto Marinho (1904-2003), mandou tirar a atração do ar rapidamente.
Em outro momento de vexame na televisão, o quadro dos batimentos cardíacos, no Domingo Legal, também deu o que falar. Nele, convidados assistiam a um striptease e um monitor mostrava se os batimentos cardíacos dos participantes aumentavam ou diminuíam. Naquela época, alguns gays e lésbicas, que ainda não tinham se assumido LGBT, tiveram que passar pelo constrangimento do quadro.
Em um relato recente através das redes sociais, o ator Nico Puig, que hoje se considera gay, contou a experiência inusitada que teve no programa, ao ser obrigado a ter que assistir a um striptease de mulher no palco. "Pra quem quer dar boas risadas. Assista até o fim do vídeo. Não canso de ver e rir muito. Como é bom rir de si mesmo sem culpa", escreveu o ator ao compartilhar o inusitado vídeo de sua participação.
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O Pânico na TV era um programa que não tinha papas na língua e não abusava apenas da exibição dos corpos de mulheres seminuas, conforme as atividades das Panicats, mas também em vários momentos apelou para piadas de cunho racistas e homofóbicas. Em entrevista para o Observatório E, o próprio Evandro Santo, ex-integrante do programa, falou sobre a fama de machista da atração.
"O Pânico tinha uma cabeça que as pessoas não sacavam que era a ironia. O Pânico se permitia ser chamado de homofóbico e machista. (...) Penso que o Pânico não era nada machista, eu tinha meu espaço lá, me aceitaram como gay de cara, quando eu tive uma caída muito grande foram eles que me ajudaram e me seguraram a mão. Eram rígidos? sim.. era um regime militar? era, vivíamos para aquilo", afirmou.
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