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Jovem Pan vive medo de demissão e risco de virada editorial

Emissora quer se afastar do golpismo de Brasília


Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo, ambos na Jovem Pan
Jovem Pan vive clima de terror nos bastidores - Foto: Montagem
Por Daniel César

Publicado em 11/01/2023 às 04:15,
atualizado em 11/01/2023 às 09:44

A situação da Jovem Pan parece cada dia mais complexa e distante de uma resolução. A emissora mais jovem do Brasil enfrenta momentos de turbulência, com direito a risco iminente de demissões e uma virada editorial. Nos corredores do canal ninguém sabe o que vai acontecer nos próximos meses, mas a única certeza que se tem é que do jeito que está não vai continuar.

Segundo apurou o NaTelinha, desde que Tutinha se afastou do cargo de presidente da empresa, o clima pesou nos corredores da Jovem Pan. Reportagem já havia mostrado que o antigo chefão da emissora ouvia muito mais os comentaristas bolsonaristas que qualquer outro funcionário. Agora, a situação tende a sofrer uma reviravolta porque a ordem do Conselho é apagar o incêndio causado nos últimos dias.

A saída de Tutinha, segundo corre nos bastidores, se deu como forma de evitar que o canal seja fechado por determinação da justiça. Neste momento, a Jovem Pan já responde por um inquérito aberto pelo Ministério Público Federal por supostamente ter apoiado manifestações golpistas.

Agora, a conversa entre funcionários do canal é de que há uma certeza: os ventos estão mudando e a Jovem Pan não pretende seguir com o discurso de apoio ao golpismo e muito menos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para não perder público de uma vez, a estratégia parece ser uma mudança gradual, segundo informou uma pessoa que trabalha no dia a dia do canal.

Nomes ligados ao bolsonarismo e que defendam as manifestações antidemocráticas deverão ser desligados nas próximas semanas e substituídos por jornalistas considerados mais de centro. A reportagem ouviu de uma fonte que os grupos de WhatsApp dão como certa demissões em massa e que deverão cair todos os apoiadores dos atos golpistas e também da invasão à praça dos Três Poderes.  O caça às bruxas já começou com o afastamento de três comentaristas ligados ao bolsonarismo.

De acordo com essa fonte, a intenção da direção da Jovem Pan é dar uma resposta ao Poder Judiciário, que está promovendo uma caça a todos os envolvidos, de que a emissora não apoiou o que aconteceu em Brasília e que funcionários que porventura tiveram responsabilidade em estimular golpistas não contaram com o aval da empresa e, por isso serão desligados.

A guinada do canal, porém, não será à esquerda. Um funcionário com anos de casa garantiu à reportagem que não existe chance da Jovem Pan apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A intenção, porém, será de fazer um jornalismo de oposição mais responsável. A cúpula do canal recebeu a instrução do Conselho que é para salvar a imagem e a própria empresa custe o que custar.

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