Coluna do Sandro

Tutinha fora da Jovem Pan é visto como jogada para canal não sair do ar

Grupo Jovem Pan anunciou a troca na presidência na última segunda-feira (09)


Tutinha, dono da Jovem Pan, usando terno nos estúdios da emissora
Tutinha deixou a presidência do Grupo Jovem Pan - foto: Divulgação/JP
Por Sandro Nascimento

Publicado em 10/01/2023 às 13:37,
atualizado em 10/01/2023 às 13:37

A decisão de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, de renunciar à presidência do Grupo Jovem Pan surpreendeu os bastidores da empresa na segunda-feira (09). Porém, o mercado avalia isso como uma manobra do executivo para criar uma retórica de defesa contra a ação do Ministério Público Federal (MPF) que instaurou inquérito para investigar a JP na cobertura dos atos golpistas ocorridos no último domingo (08).

De acordo com pessoas ouvidas pelo NaTelinha, a intenção seria amainar as futuras ações do MPF e da Justiça contra o Grupo Jovem Pan. Com isso, mesmo fora da presidência, as decisões sobre os rumos da TV e das rádios ainda passariam pela validação de Tutinha. Ou seja, internamente, nada mudou. O executivo Roberto Araújo, que assumiu o cargo de presidente da JP, tem uma relação muita próxima com a família Carvalho.

Sobre a saída de Tutinha, a Jovem Pan enviou o seguinte comunicado à imprensa: “Roberto Araújo é o novo presidente do Grupo Jovem Pan. O executivo assume o cargo que foi ocupado por Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, até o final de 2022. Desde 2013 no Grupo Jovem Pan, Roberto Araújo liderou os processos de transformação digital da empresa e de expansão do projeto multiplataforma, que tornou a Jovem Pan um dos players mais relevantes do mercado, no rádio, na Internet. E, mais recentemente, na TV por assinatura”.

E completou: “Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, assim como os demais acionistas da empresa, continuam no Conselho de Administração com a missão de preservar os e valores que norteiam o Grupo Jovem Pan há oitenta anos”.

O anúncio da saída de Tutinha do comando da JP, por coincidência, aconteceu horas antes do MPF abrir um inquérito para investigar a conduta do canal nos atos contra o estado democrático de direito ocorridos no domingo.

“A Rede Jovem Pan, por meio de vários de seus programas, a princípio veiculou – sem evidências que o embasassem – numerosos conteúdos (entre reportagens, debates ao vivo e comentários no formato de coluna e opinião) desinformativos com potencial para minar a confiança dos cidadãos na idoneidade das instituições judiciárias brasileiras e na higidez dos processos democráticos por elas conduzidos”.

Ministério Público Federal

Em outra parte da ação, o inquérito cita o Código Brasileiro de Telecomunicações onde “prevê que constitui abuso no exercício de liberdade da radiodifusão seu emprego para a prática de crime ou contravenção previstos na legislação em vigor no país”. MPF cita os comentários de Alexandre Garcia, Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo para justificar a abertura do inquérito civil.

Jovem Pan enfrenta queda de receita

Tutinha fora da Jovem Pan é visto como jogada para canal não sair do ar

Além de enfrentar uma crise institucional, o Grupo Jovem Pan também sofre com a queda no seu faturamento. Através do movimento “Desmonetiza Jovem Pan”, liderado pelo perfil Sleeping Giants Brasil, a JP perdeu 18 empresas que realizavam campanhas publicitárias em seu portal.

Outra perda foi a desmonetização do seu canal no YouTube. A plataforma americana justificou que a decisão ocorreu porque a Jovem Pan infringiu as regras de utilização e disseminou discursos de ódio.

De acordo com a reportagem da revista Piauí, publicada na última sexta-feira (06), de título "Jovem Pan quer contestar desmonetização na justiça", houve queda de 20% da receita da JP sem o YouTube e para reverter esse cenário, Tutinha consultou o Antônio Carlos de Almeida Castro, criminalista conhecido como Kakay, que, segundo a publicação, “tem boa relação com ministros de tribunais superiores e com a cúpula do PT”.

“Kakay confirmou à Piauí ter sido procurado pela Jovem Pan, mas disse que ainda não deu uma resposta sobre sua participação no caso. Fontes ouvidas pela reportagem, no entanto, relatam que o advogado já procurou a Secom do novo governo para tratar do assunto e que o ministro Pimenta se mostrou simpático à ideia de cobrar mais transparência das plataformas. Antes de ser procurado para defender a emissora, Kakay era frequentemente criticado por comentaristas da Jovem Pan em razão de sua defesa de Lula e críticas a Jair Bolsonaro. Numa das ocasiões, Augusto Nunes disparou que 'inocentes não costumam procurar Kakay', e que 'Kakay não decora leis, e sim telefones de ministros do STF'.

Revista Piauí
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