Depois da Jovem Pan, Record demite Rodrigo Constantino por questionar estupro
Jornalista disse em sua rede social que Record foi mais uma a não aguentar a pressão
Publicado em 05/11/2020 às 13:40
Rodrigo Constatino foi demitido pela Record na manhã desta quinta-feira (5), um dia depois dele ter sido mandado embora também da rádio Jovem Pan. Segundo nota enviada à imprensa, o Grupo Record tomou a atitude em virtude das posições que o profissional assumiu publicamente sobre violência contra a mulher.
O colunista havia afirmado que não denunciaria possíveis estupradores de sua filha, dependendo dos fatos do suposto episódio. Depois de muitas críticas nas redes sociais, não só a Jovem Pan, mas a Record também tomou a decisão.
Confira a nota do desligamento de Rodrigo Constantino na íntegra:
"O Grupo Record vem a público informar que dispensou o jornalista Rodrigo Constantino de suas funções no portal R7 e na Record News.
A decisão foi tomada em virtude das posições que o profissional assumiu publicamente sobre violência contra a mulher, em canais que não têm nenhuma vinculação com nossas plataformas.
O jornalismo dos veículos do Grupo Record tem acompanhado com muita atenção o caso de Mariana Ferrer e o Grupo não poderia, neste momento, deixar qualquer dúvida de que justiça não se faz responsabilizando ou acusando aqueles que foram vítimas de um crime.
Apesar de ter garantias de liberdade editorial e de opinião, julgamos que o posicionamento adotado por Constantino não compactuou com o nosso princípio de não aceitar nenhum tipo de agressão, violência, abuso, discriminação por questões de gênero, raça, religião ou condição econômica.
Este é o compromisso do jornalismo do Grupo Record."
No Twitter, Rodrigo Constantino desabafou: "A Record foi mais um veículo que não aguentou a pressão. O departamento comercial pede 'arrego', pois recebe pressão de fora, dos chacais e hienas organizados, dos 'gigantes adormecidos'. Sim, perdi mais um espaço, mas sigo com minha total independência e com minha integridade".
Rodrigo Constantino e a polêmica
O comentarista abordou na manhã de ontem (4) a absolvição de André de Camargo Aranha, acusado de estuprar Mariana Ferrer em 2018, e disse que se o episódio fosse com a sua filha, a colocaria de castigo e não denunciaria ninguém à polícia.
“Se minha filha chegar em casa, eu dou boa educação para que isso não aconteça, mas a gente não controla tudo, se ela chega em casa e fala: ‘pai, fui pra uma festinha e fui estuprada’. Eu vou falar: ‘Me dá as circunstâncias’. ‘Ah, fui pra uma festinha, eu e três amigas, tinha 18 homens, nós bebemos muito, tava ficando com dois caras e eu acabei dormindo. Fui abusada’. Ela vai ficar de castigo feio, eu não vou denunciar um cara desse pra polícia”, disparou.
“Eu vou dar esporro na minha filha, porque alguma coisa ela errou feio. E eu devo ter errado pra ela agir assim, né? Porque é um comportamento completamente condenável, porque a gente não pode mais falar essas coisas hoje em dia, né? Que existe mulher piranha e mulher decente. Como falei aqui, o homem que faz isso não é decente, mas também não existe a ideia de mulher decente? As feministas querem que não, né? Porque feminista é tudo recalcada, ressentida e, normalmente, mocreia, vadia, odeia homem, odeia união estável, odeia casamento, odeia tudo isso. Só por isso”, continuou.
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