Último trabalho de Nicette Bruno em novelas foi bela homenagem à sua trajetória na TV
Atriz fez participação especialíssima em Éramos Seis, no início de 2020
Publicado em 20/12/2020 às 14:30
Nicette Bruno morreu neste domingo (20), aos 87 anos, no Rio de Janeiro, vítima de complicações da Covid-19. Veterana da TV, ela deixa três filhos - os também atores Bárbara Bruno, Beth Goulart e Paulo Goulart Filho - e uma carreira vitoriosa não só na televisão, mas também no cinema e, principalmente, no teatro. Seu último trabalho em novelas, no início deste ano, serviu como uma homenagem a seus mais de 50 anos dedicados à arte.
Em Éramos Seis, Nicette Bruno fez uma participação especial como Madre Joana, a dona de um asilo. A atriz deu vida à personagem principal do folhetim, a Dona Lola, em uma das versões da história baseada no romance de Maria José Dupré. Em 1977, na TV Tupi, ela foi aplaudida pelo desempenho na pele da sofrida dona de casa, que também foi defendida por Irene Ravache em 1994, no SBT, antes de chegar a Glória Pires, na Globo, entre 2019 e 2020.
Na história original, após dedicar toda a vida à família, Dona Lola termina seus dias em um asilo por não conseguir se adaptar à rotina dos filhos. Na versão mais recente, finalizada antes da suspensão das filmagens por conta da pandemia do coronavírus, a heroína teve um final feliz: reconstruiu sua vida ao lado do vizinho apaixonado por ela, Afonso (Cássio Gabus Mendes).
A escalação de Irene Ravache, como uma moradora da casa para idosos, e de Nicette Bruno, como a simpática administradora do local, foi uma forma de homenagear as Lolas das versões anteriores da novela. Sem imaginar, a produção de Éramos Seis encerrou de forma bela a carreira de Nicette, que acabaria saindo de cena no fim do mesmo ano.
Em ação promocional antes da estreia da novela mais recente, Nicette falou sobre aquela que foi uma de suas personagens mais marcantes: "Todos os personagens que nós realizamos sempre deixam algum ensinamento. Na nossa profissão, sempre vivenciamos um aprendizado. A Lola deixou essa consciência maior do amor em família, da tolerância, da compreensão, do participar sem demonstrar. Essa sabedoria a Lola passou para mim".