Manuela Dias dá um nó na cabeça do telespectador com morte de Odete Roitman em Vale Tudo
Autora conseguiu o feito de irritar o público e trazer audiência na mesma proporção
Publicado em 11/10/2025 às 08:57
Vale Tudo caminha para a sua última semana e Manuela Dias cumpriu a promessa que fez lá atrás, no lançamento da novela da Globo: matar Odete Roitman, vilã interpretada por Debora Bloch.
Desde o anúncio do remake que muitas pessoas se perguntavam como seria o desfecho da personagem icônica nessa nova versão. Se tratando de uma obra já existente, e tão marcante na história da dramaturgia brasileira, um dos desafios da autora era o de mudar a identidade do assassino.
Criada originalmente por Gilberto Braga (1945 - 2021), a novela foi ao ar há 37 anos e, até hoje, cenas icônicas permanecem vivas no imaginário do telespectador. Uma delas é a morte, acidental, da bilionária por Leila, interpretada por Cássia Kiss em 1988.
Eu se estivesse escrevendo o remake manteria a personagem, mas mudaria os caminhos que a levaram até o crime. No clássico, a mulher de Marco Aurélio (Reginaldo Faria) atirou acreditando que o marido tinha um caso com Maria de Fátima (Gloria Pires) e estava com a amante naquele momento.
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Nesta versão, Manuela Dias colocou a presidente e o vice-presidente da TCA em uma guerra de egos, com um querendo aniquilar o outro a qualquer custo. Era a chance de matar o executivo e fazer a Leila (Carolina Dieckmmann) de agora vingar a morte do personagem de Alexandre Nero.
Outro grande desfecho poderia ser Leonardo (Guilherme Magon), o filho rejeitado pela bilionária depois do acidente que o deixou incapaz, estar fingindo o seu verdadeiro estado cognitivo enquanto ganha tempo esperando a oportunidade para se vingar da mãe.
Autora revive sequência de Justiça 2 e público alega falta de criatividade
Desde a estreia de Vale Tudo que Manuela Dias vem sofrendo uma enxurrada de críticas. Os mais contidos acusam falta de criatividade, enquanto que os sem filtro alegam que "faltou lastro" à autora para assumir o remake de um clássico como este.
Assim, enquanto a turma do "vale tudo" discute com a do "vale nada", o folhetim é um sucesso, sim. E sabe por quê? Porque já estava na boca do povo antes mesmo de sua estreia e permanece até hoje.
E o mais curioso é que o mesmo público que passa raiva não perde um capítulo da novela: dramaturgos, telespectadores, especialistas, noveleiros, elenco de 88, viúvo de autor, tiozinho do pavê... E por aí vai, nem que seja para surfar na onda ou falar mal depois.
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Voltando ao crime que parou o Brasil na década de 1980 e em 2025, como no passado, agora muitas são as especulações sobre quem teria matado Odete Roitman em sua suíte de R$ 40 mil a diária, no Copacabana Palace, hotel mais luxuoso, caro e vigiado do Rio de Janeiro.
Em entrevista ao Fantástico, Manuela Dias antecipou a existência de cinco suspeitos, e que cada um dos atores gravou duas versões, uma atirando e outra não. O culpado, porém, só será revelado nos minutos finais do último capítulo, exibido no próximo dia 17.
São eles: Marco Aurélio, Heleninha (Paolla Oliveira), Celina (Malu Galli), Maria de Fátima (Bella Campos) e César (Cauã Reymond), colocados lado a lado na delegacia, enquanto aguardam para darem os seus depoimentos, numa sequência semelhante a de Justiça 2, série original do Globoplay também escrita pela autora.
Antes de interrogá-los, o delegado observa os registros das câmeras de segurança do hotel com imagens de todos circulando pelo corredor em direção à porta do quarto da executiva.
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No início, parecia estar em ordem cronológica, mas quem assistiu ao capítulo em que a vilã foi morta percebe que não é bem assim, já que o personagem de Alexandre Nero aparece em dois momentos distintos. Já a ordem em que cada um deles foi chamado para depor também serviram de pistas, ou não.
Saiu na imprensa que outros atores gravaram cenas secretas, reforçando duas hipóteses. A primeira de que o verdadeiro culpado não está entre os cinco, assim como ocorreu na versão de Gilberto Braga. Já a segunda seria a de que a vilã forjou a própria morte para jogar a culpa em Marco Aurélio e mandá-lo pra cadeia.
Seguindo a lógica dos thrillers de suspense, Manuela Dias tenta criar um quebra-cabeça em que as peças são manuseadas até o seu encaixe perfeito. E como todo joguinho do gênero, às vezes, chegar ao resultado final só na força do ódio.
