Opinião

Sandra Annenberg no Globo Repórter: promoção ou rebaixamento?

Jornalista completa em setembro quatro anos à frente do jornalístico


Sandra Annenberg no Jornal Hoje e Globo Repórter
Sandra Annenberg ficou no JH por quase 20 anos; em 2019 assumiu o Globo Repórter - Foto: Divulgação/TV Globo
Por Thiago Forato

Publicado em 04/08/2023 às 05:44,
atualizado em 04/08/2023 às 14:34

Às vésperas de completar quatro anos à frente do Globo Repórter, Sandra Annenberg se adaptou rapidamente ao jornalístico. Ao menos em frente às câmeras. Aqui não se discute a qualidade da profissional, que é dona de uma brilhante carreira e um carisma raro. Tampouco do programa, que é referência há 50 anos e volta e meia ainda é a atração mais assistida da emissora na linha de shows.

Apesar de ser um produto de grande credibilidade na programação, fico com a impressão que Sandra segue "escondida" nas noites de sexta. Talvez porque sou de uma geração que a assistia todos os dias. Talvez por acreditar que ela é maior que o programa. Ou talvez por parecer que ela não quisesse, de fato, estar ali.

Em uma conversa com Sandro Nascimento, diretor de conteúdo do NaTelinha, para colocar este artigo no ar, ele utilizou a palavra "subaproveitada". E foi mais longe. "Ela é subaproveitada, acabou sendo aposentada no ar. A Globo aposentou ela. O Globo Repórter parece ter virado um local para aposentar jornalistas. E ela se aposentou no auge", opinou meu colega.

O termo "aposentadoria" pode parecer - e talvez seja - duro demais. Mas a grande verdade é que Sandra estava realmente no auge quando foi escalada ao lado de Glória Maria para substituir Sérgio Chapelin no Globo Repórter. Parecia estar no apogeu da energia e sedenta pelo ritmo diário.

No início do ano, ela curtiu uma postagem de um internauta no Instagram que criticava a atitude da Globo em tirá-la da bancada do JH, posto que ocupou por quase duas décadas. Recentemente, admitiu ao próprio jornal O Globo que a transição foi difícil.

Sandra Annenberg admitiu reestruturação

Na mesma entrevista, contou que jamais imaginou chegar ao Globo Repórter, produto que ela parece colocar na mais alta prateleira da casa. Mas não é só porque o jornalístico parece ser o ponto mais alto que ela queria estar lá. Talvez nunca tenha enxergado que aquilo fosse pra ela.

"Eu estava muito acostumada com o ritmo do dia a dia. A minha adrenalina era produzida em escala industrial para que eu pudesse aguentar esse ritmo. Eu tive que viver um momento de reestruturação para entender a nova dinâmica."

A apresentadora também afirmou que considera o Globo Repórter como o fim de um ciclo. Resta a dúvida: considera por que imagina que a emissora já não a vê mais no hard news ou em algum outro projeto ou considera por que já está em vias de tirar o time de campo depois de tantos anos de serviços prestados?

À frente do Globo Repórter, Sandra cumpre seu papel com brio. O que parece ser indiscutível é que ela tenha demorado para digerir a mudança. Ou esteja digerindo até hoje. Quem sabe até não consiga por completo. Tirá-la do JH parece ter sido a mesma coisa de tirar o filho de uma mãe. Uma perda irreparável.

Se a mudança que ela teve que encarar há quatro anos foi uma promoção ou não, parece que ela tenta se convencer de que sim. Mas nem sempre as coisas são tão "racionais".

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Thiago Forato é jornalista, assina a coluna Enfoque NT desde 2011, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Forato também é autor do blog https://parlandodepalmeiras.com.br e do podcast que leva o mesmo nome. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br ou no Twitter, @tforatto

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