Opinião

Claudia Raia encarna Tarsila do Amaral e dá uma lição de arte a Bolsonaro

Tarsila: a peça de Claudia Raia que desafia Jair Bolsonaro e celebra a cultura brasileira


Claudia Raia como Tarsila do Amaral em montagem do NaTelinha
A atriz Claudia Raia vive Tarsila do Amaral em musical em São Paulo - Foto: Montagem/NaTelinha

Quem teve o privilégio de ver a peça Tarsila, interpretada por Claudia Raia no Teatro Santander, viu uma obra rara do teatro brasileiro, com certeza a mais encantadora produção deste ano que agora começa, porque dificilmente alguém vai ter a felicidade de interpretação que Claudia teve nesta saga em palcos do nosso país.

Por que eu estou escrevendo sobre isso? Porque, se dependesse do governo anterior, aquele de Bolsonaro, esta obra de arte não estaria nos palcos. Claudia foi aquinhoada com a Lei Rouanet em 5 milhões de reais. E eu digo que é pouco para o que é mostrado no palco. Jair pode ter sido excelente aluno na escola militar, mas isso lhe deu instrução e jamais cultura e entendimento da cultura.

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Assim como o Campeonato Brasileiro de futebol, nós temos a primeira divisão, onde estão os grandes times, e depois as outras divisões, onde estão os aspirantes a serem grandes times. A justificativa de só liberar verbas curtas para artistas desconhecidos apenas vai ceifar a possibilidade de o grande público poder ter acesso às obras de arte como esta Tarsila de Claudia Raia.

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As grandes obras realizadas com grandes artistas são a inspiração para que outros artistas possam cavalgar a floresta da cultura e serem conhecidos do grande público. Em sua curta cultura, Jair procurou eliminar a grande cultura que poderia ser mostrada ao povo tanto menos abastado quanto à classe média, que pode pagar um ingresso caro.

Que venham outras sagas nos palcos dos teatros, que venham outras grandes artistas do padrão de Claudia Raia, que o público possa ficar frente a frente com os artistas que ele vê todas as noites nas novelas da Globo.

Cada dia mais, a Lei Rouanet se mostra mais e mais importante para a cultura e a grandeza das artes. Vamos parar de frescura de ficar dizendo que os valores liberados são muito grandes. Tudo tem seu preço e seu valor para ser mostrado em cultura e história. Que os jovens artistas se inspirem nos grandes atores e atrizes.


James Ackel é jornalista, diretor e produtor de teatro e televisão. Dirigiu e produziu o Especial Hebe na Band em dezembro de 2020.

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