Desafiador

Justiça 2: Papel de Júlia Lemmertz foi o mais difícil da sua carreira: "Muitas camadas"

Atriz vive mãe de personagem vítima de estupro, interpretada por Alice Wegmann

Júlia Lemmertz interpreta mulher sem vaidade em Justiça 2 - Estevam Avellar/TV Globo
Por Taty Bruzzi

Publicado em 05/04/2024 às 06:11:00

Escrita por Manuela Dias e com direção de Gustavo Fernández, a série Justiça, lançada em 2016, volta com nova temporada na próxima quinta-feira (11) através do Globoplay. Seguindo o mesmo formato da primeira temporada, a produção acompanha a vida de um personagem por episódio. Ao todo, serão 28 episódios, quatro disponibilizados a cada semana.

Ambientada em Ceilândia, região periférica do Distrito Federal, a história conta com quatro protagonistas: Balthazar (Juan Paiva), Jayme (Murilo Benício), Geisa (Belize Pombal) e Milena (Nanda Costa), personagens distintos cujas vidas se entrelaçam da saída da prisão.

"Não existe reparação! Aonde está a possibilidade de justiça? Vingança, perdão, questões éticas... A série se propõe em investigar a vida das personagens depois que elas são libertadas. Como essas pessoas recompõem suas vidas", disse Manuela Dias em bate papo virtual com a imprensa, na última quarta-feira (03).

Quem também participou da conversa, com a presença do NaTelinha, foi Júlia Lemmertz. Em Justiça 2, a atriz interpreta Júlia, uma mulher que descobre que a filha foi estuprada pelo tio durante anos e ela nunca percebeu.

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Mãe de dois filhos, Luíza Lemmertz Ozório, 37, filha do seu primeiro casamento com Álvaro Ozório, executivo da Globo, e Miguel Lemmertz Borges, 24, filho com o ator Alexandre Borges, seu segundo marido, a atriz, 61, elegeu a personagem na série como o papel mais difícil em mais de 50 anos de carreira.

"Eu saia da gravação... Desta vez... Aquilo ali me pegou. Eu saía arrasada! A coisa mais difícil que eu já fiz em televisão, porque era uma personagem que tinha bastante momentos difíceis, muito frágil emocionalmente e fisicamente. Frágil no sentido de toda omissão e da falta de coragem de enfrentar o que ela via. Isso fez com que ela adoecesse fisicamente", adianta.

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Alice Wegmann elogia personagem por denunciar tio abusador

Na série do Globoplay, Alice Wegmann interpreta Carolina, filha da personagem de Júlia Lemmertz e sobrinha do tio abusador, interpretado por Murilo Benício.

"Uma menina estuprada pelo tio dos 16 aos 18 anos. Ela sai da cidade e quando volta, ele tenta abusar dela mais uma vez, quando ela resolve denunciar, mas a família é contra", explica a intérprete da jovem.

Ainda, de acordo com Alice Wegmann, mesmo estando sozinha nessa situação, sua personagem vai buscar por justiça no decorrer da trama. A atriz ainda ressalta a importância do tema central da série.

"Justiça traz uma temática muito importante, porque uma menina e estuprada a cada oito minutos e a maioria desses casos ocorrem dentro da família, da casa. Geralmente, porque essa pessoa exerce um poder na família, como é o caso do tio Jayme que sustenta essa família", fala.

"Independente de saber se o melhor caminho é denunciar ou não... No meu ponto de vista é melhor que a denúncia seja feita. Eu admiro muito a Carolina por esse ato e outros também", dispara, Alice.

Júlia Lemmertz avalia personagem como crua e sem vaidade

Como adiantou Alice Wegmann durante a coletiva, o motivo para a omissão seria a dependência financeira da família da Carolina que é sustentada pelo dono do supermercado.

Por isso, a personagem de Júlia Lemmertz acabou se culpando pela omissão. "A Júlia tinha essa coisa familiar, da família que se cuida, existe em núcleo familiar, mas eles estavam escondendo coisas e vivendo a vida cotidianamente", explica a atriz que pode ser vista em participação especial na reta final de Elas por Elas.

"Eu e a Alice [Wegmann] criamos uma conexão silenciosa, porque ficamos entre saber e não saber, saber e não falar", comenta. Ainda, de acordo com a atriz, sua personagem é uma mulher sem nenhum tipo de vaidade, outra novidade na carreira. Pela primeira vez, ela se viu sem maquiagem em cena.

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"Ela era muito crua, eu não tinha maquiagem, nada! Ela é uma pessoa sem vaidade... Tem o mínimo de vaidade. Tudo nela era bem pequenininho... Fala uma coisa querendo dizer outra... Ela tem muitas camadas", ressaltou.

"Foi assim que eu senti a Júlia, e é muito claro no texto da Manu [Dias] e no que foi pedido pelo Gustavo [Fernández]", pontua. Júlia lamenta o destino da personagem.

"Eu sou mãe, mas eu sou uma mãe completamente diferente da Júlia, eu nunca passei por uma situação como essa", observa. "Ela morre de tristeza, de aflição. É muito difícil", conclui a atriz.



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