Publicado em 31/10/2021 às 05:30:08
Escrita por Glória Perez em 2001, O Clone está de volta à tela da Globo desde o dia 4 de outubro. Esta é a segunda vez que a novela é exibida no Vale a Pena Ver de Novo. A primeira reprise foi em 2011. Antes, em dezembro de 2019, foi a vez de o folhetim entrar para a programação do Viva, se tornando a segunda telenovela mais vista pelo canal até hoje. Em conversa exclusiva com o NaTelinha, Dalton Vigh avaliou a boa repercussão do folhetim 20 anos após sua estreia.
"Além do fator nostálgico que as reprises oferecem por serem retratos de época, onde a música, as gírias, a moda, etc, transportam o público numa viagem ao passado, existia, também, a simplicidade da linguagem por uma questão de ordem técnica, já que não haviam recursos como computação gráfica, e, também, de ordem de narrativa, pelo formato que se estabeleceu como padrão novela", observa.
O intérprete de Said considera, ainda, que parte do público é saudosista. "As cenas eram mais longas, e se apoiavam mais no texto e na interpretação dos atores. Quando a linguagem cinematográfica passou a ser mais ágil, e mais editada, com mais planos curtos, a televisão também acabou seguindo o mesmo padrão como forma de inovação do gênero. Talvez, parte do público ainda prefira o padrão antigo por questão de hábito, ou, talvez seja saudosismo mesmo", complementa.
Ano passado, logo no início da pandemia, e a paralisação das produções inéditas, Dalton teve outro trabalho seu reprisado na emissora carioca, Fina Estampa (2011), onde deu vida ao Chef de Cozinha Renê Velmont. "Foi ótimo! Quando eu conseguia assistir sempre acabava lembrando de momentos nos bastidores, das pessoas com quem trabalhei, onde eu estava morando, enfim, assistir trabalhos antigos é sempre uma viagem no túnel do tempo", diz.
Escrito por Aguinaldo Silva, o folhetim repetiu a boa audiência de quando foi ao ar pela primeira vez. O ator credita na identificação do público com a protagonista Griselda (Lilia Cabral). "Acho que é por se tratar de uma trama leve e sem compromisso com a realidade, além de ser a história de uma mulher honesta e trabalhadora que cria os filhos sozinha como milhões de brasileiras", opina o ator. "Talvez, as pessoas que não acompanharam na época da primeira exibição assistiram à reprise", fala.
Prestes a voltar à TV em Poliana Moça (2022), spin off de As Aventuras de Poliana (2018-2020), Dalton Vigh fala com carinho da produção infantil do SBT. "Foi, sem dúvidas, o trabalho mais longo que fiz, e o personagem com quem convivi e ainda convivo a mais tempo também", comemora.
Sobre atuar em uma trama para o público infantil, o ator de 57 anos é só gratidão. "Quanto a fazer novela infantil, o que posso dizer é que se todo desafio fosse prazeroso e leve como esse, a vida seria mais fácil!", admite.
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Nem mesmo a pandemia por conta do novo coronavirus foi capaz de parar Dalton Vigh. Em janeiro deste ano, o público pode conferir o ator no espetáculo "O Urso", transmitido ao vivo através de um streaming.
"Se reinventar é sempre um desafio, independentemente da profissão, mas, nesse caso, nem considero tanto como reinvenção, visto que já foram transmitidas peças de teatro ao vivo pela televisão no passado", recorda.
"A nossa linha de interpretação foi a mesma que seguiríamos caso fosse uma apresentação presencial, a única diferença era a preocupação com o posicionamento para a câmera, o que é normal nos trabalhos para cinema e TV", explica.
Já em A Divisão, série original do Globoplay, Dalton faz um deputado estadual que planeja se eleger governador. Com duas temporadas disponíveis, a produção retrata a origem da divisão de antissequestros no Rio de Janeiro. Curiosamente, seu personagem tem a filha sequestrada.
"Difícil colocar em poucas palavras algo tão complexo, talvez a forma mais simples de definir o que vejo sobre o sistema seja como a de um parasita que se alimenta da sociedade como um todo", dispara sobre o sistema.
Nascido na cidade maravilhosa, e criado em São Paulo, o artor sabe da importância da cultura durante o período de isolamento. "Acho que perante o público os artistas sempre serão valorizados, o problema é sermos sempre valorizados por quem contrata, já que os orçamentos estão cada vez mais apertados", destaca.
Envolvido com as gravações de Poliana Moça, Dalton Vigh está na expectativa de outra estreia, só que nos cinemas, o filme "Sem Pai Nem Mãe". "Trata de assuntos sérios e delicados com muito humor e tem um final bastante tocante, tem tudo pra ser um sucesso", adianta.
"Estou aguardando o lançamento. O André Klotzel organizou uma sessão online com o elenco para assistirmos a uma versão sem finalização, e achei o resultado ótimo, mesmo não estando totalmente pronto", conta.
O ator recorda com tristeza o incêndio que destruiu parte do acervo da cinemateca brasileira em São Paulo. Dalton concorda que é preciso olhar com carinho e responsabilidade para a memória do cinema nacional.
"Sempre! Não apenas para a memória do Cinema, mas toda e qualquer memória. Somos um país com uma cultura, e uma história, muito rica e diversa, e é revoltante ver o descaso dos governantes com o que, na visão deles, não rende voto", manda o recado.
Vacinado, o artista se diz aliviado e mais tranquilo. "Já estou vacinado com as duas doses desde agosto e, agora, estamos vivendo um período bem mais tranquilo do que o começo deste ano, já fomos a restaurantes, depois de mais de um ano, e, até, em parque de diversões", conclui.
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