Atuação da Semana: Isabel Teixeira nasceu para fazer vilã (e mocinha)

Quem vê Isabel Teixeira tão dona de si como a Violeta de Volta por Cima imagina que trata-se de uma atriz de carreira longa e sólida, muito experimentada. Fazer uma vilã do horário das sete com tamanha segurança é tarefa das mais complexas e que outras artistas com extenso currículos não se saíram tão bem. Isso mostra que a atriz nasceu para fazer a antagonista, mas também a mocinha ou o que ela quiser.

Isabel é atriz de teatro e desde os anos 80 fazia peças. Sua presença na TV demorou, só em 2013, quando ela participou de um episódio Beleza S/A e nas novelas demorou ainda mais. Em Amor de Mãe (2019), ela fez Jane, a amiga de Thelma, que acaba assassinada pela própria vilã. O papel, embora pequeno, lhe rendeu a chance de ganhar uma personagem fixa em Pantanal (2022), e ela roubou a cena como a icônica Maria Bruaca.

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Mesmo que Elas por Elas (2023) não tenha feito sucesso, sua vilã Helena marcou presença e mostrou uma atriz que sabia construir maldades sem irritar o telespectador, tarefa hercúlea. Agora, em Volta por Cima, ela repete a dose com outra antagonista, mas dessa vez muito mais solar, leve e divertida. Novamente a atriz vem brilhando.

Nessa semana, Violeta mostrou seu lado maldoso ao ameaçar os ex-vizinhos chantagistas de Osmar (Milhem Cortaz). Além disso, colocou o próprio marido em seu lugar, ao não permitir que ele convidasse a família para morar na mansão e ainda distribuiu esporro nos funcionários. 

Violeta é uma mafiosa e o papel por si só já é difícil, visto que há inúmeras comparações, tanto nas novelas quanto no cinema. Por isso mesmo é que Isabel acertou ao dar um tom muito mais leve, quase de uma adolescente apaixonada, mas que sabe que manda e que se precisar ir às últimas consequências em nome desse amor não teria o menor problema de usar sua força.

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A vilã certamente irá engendrar por um caminho sem volta quando Osmar a trocar por Joyce (Drica Moraes), o que significa que teremos grandes momentos. Teixeira mostra que está plenamente preparada para cada fase de sua personagem porque a domina com maestria, inclusive construindo carisma para o momento certo em que o público poderá rejeitá-la.

Isabel Teixeira é um achado da Globo e demonstra que nasceu para fazer vilã porque sabe construir cada olhar, cada trejeito, cada tom de voz. Acontece que, em Pantanal, ela mostrou o oposto: que sabe ser a mocinha sofrida com rara qualidade. Ou seja, é uma atriz completa.