Publicado em 30/07/2024 às 04:05:00,
atualizado em 30/07/2024 às 13:11:34
Com três remakes quase seguidos no horário nobre, a Globo supera uma resistência que perdurou por décadas. Por mais de 30 anos, a emissora evitou levar à faixa das 20h ou 21h, a principal de sua programação, histórias que já fossem conhecidas do público.
Em 1986, foi ao ar a segunda versão de Selva de Pedra, novela de Janete Clair (1925-1983) que foi um fenômeno de audiência entre 1972 e 1973. Os remakes, até então, não eram tão recorrentes na emissora, que acabara de completar 20 anos de fundação.
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Não eram raras as adaptações de tramas já contadas em radionovelas. A própria Janete Clair, que começou a carreira no rádio, levou para a TV algumas adaptações de histórias apresentadas anteriormente – Véu de Noiva (1969) e Pai Herói (1979) são alguns exemplos.
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O remake de Selva de Pedra, adaptado por Regina Braga e Eloy Araújo, abriu um precedente na emissora. Era uma nova versão de uma história que já havia feito grande sucesso na TV, naquele mesmo horário, e permanecia no imaginário do público da época.
Apesar de registrar boa audiência, a segunda versão, com Tony Ramos e Fernanda Torres como o casal principal Cristiano e Simone, foi bastante criticada e não repetiu a repercussão da novela original, com Francisco Cuoco e Regina Duarte.
Nos anos seguintes, a Globo seguiu fazendo remakes, mas não no seu principal horário de novelas. Êxitos de seu horário nobre, como Irmãos Coragem (1970) e Pecado Capital (1975), e também títulos da extinta Tupi foram revisitados em outros horários, geralmente às 18h.
Foi, inclusive, a impossibilidade de levar um remake de Dancin’ Days (1978) à faixa principal que fez o autor Gilberto Braga (1945-2021) desistir do projeto em 1997. O novelista rejeitou a ideia de reescrever para as seis da tarde um de seus maiores sucessos.
De acordo com o livro Gilberto Braga: O Balzac da Globo, de Artur Xexéo e Maurício Stycer, a então diretora-geral da Globo, Marluce Dias, queria uma versão “mais leve e adocicada”, mas o autor previu que o remake de uma história tão forte não daria certo às 18h.
A resistência só foi superada com Pantanal, há dois anos. A novela da Manchete, que castigou a Globo em 1990, chegou à emissora carioca, com nova roupagem, em 2022. E abriu o caminho para Renascer, sucesso no canal em 1993 e novamente no ar, refeita, às 21h.
Prevista para 2025, a segunda versão de Vale Tudo – clássico exibido entre 1988 e 1989 – será o terceiro remake na faixa das nove em três anos. A produção é cercada de grandes expectativas e tem a pretensão de comemorar os 60 anos de fundação da Globo.
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Nesse período de três anos – entre 2022 e 2025 –, a Globo também terá exibido, então, três remakes e três histórias inéditas às 21h – são elas, Travessia (2022), Terra e Paixão (2023) e Mania de Você, esta com estreia em setembro próximo, substituindo Renascer.
O sucesso (ou não) do remake de Vale Tudo deverá ser decisivo para que as releituras continuem sendo encomendadas. Na fila, a partir de 2025, já estão previstas criações originais de Gloria Perez e Walcyr Carrasco.
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