Lula proíbe escolas militares e abre guerra com bolsonaristas
Presidente encerrou projeto criado por Bolsonaro e enfrentou a fúria de adversários
Publicado em 12/07/2023 às 20:20
O presidente Lula (PT) mandou acabar com o projeto de escolas cívico-militares criados pelo antecessor, Jair Bolsonaro (PL) e provocou uma onda crescente de ódio entre bolsonaristas. Na prática, a decisão política proíbe novas escolas militares e recoloca as já existentes no modelo de colégios tradicionais nos próximos anos.
A decisão foi publicada nesta quarta-feira (12), através de um documento do MEC (Ministério da Educação) a que o NaTelinha teve acesso. Em trecho do texto, define-se que vai se iniciar "um processo de desmobilização do pessoal das Forças Armadas envolvidos em sua implementação e lotado nas unidades educacionais".
O Ofício Circular, assinado pela Coordenação-Geral do Ensino Fundamental, determina que sejam criadas estratégias de reintegração das Unidades Educacionais à rede regular de ensino. Mas lembra ainda que isso caberá a estratégia criada por cada um do Sistema.
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Segundo apurou a reportagem, a decisão de Lula em proibir escolas militares para adolescentes já havia sido tomada ainda durante a Campanha, mas por estratégia ele optou por colocar em prática no segundo semestre de seu primeiro ano de governo. Aliados revelaram que era preciso limpar as Forças Armadas da influência política de Bolsonaro para evitar maiores ruídos e até rebeldia. Coube ao ministro da Defesa, José Múcio, cuidar disso pessoalmente.
Mesmo assim, bolsonaristas ficaram revoltados com a decisão. Em mensagens privadas a que o NaTelinha teve acesso, alguns parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro ameaçaram irem à Justiça. Outros consideraram que Lula fez como forma de retaliação às Forças Armadas e houve até quem sugerisse um projeto de lei para barrar a mudança.