Regeneração ambiental do Parque Palafitas, em Santos, é destaque no Summit Agenda SP + Verde
Santos esteve no centro das discussões climáticas nacionais, às vésperas da COP30, apresentando projetos que unem inovação urbana, regeneração ambiental e sustentabilidade.
Publicado em 07/11/2025 às 17:52
A regeneração ambiental promovida pelo Parque Palafitas, na Zona Noroeste de Santos, foi destaque do Summit Agenda SP + Verde, realizado nesta semana em São Paulo para debater sobre resiliência climática.
O evento reuniu autoridades e especialistas e foi promovido pelo Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de São Paulo e a Universidade de São Paulo (USP). Ele antecede a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre a partir de segunda-feira (10), em Belém (PA).
O prefeito Rogério Santos representou a Cidade no painel Territórios em Mudança: O Papel dos Municípios na Resiliência Climática, onde falou sobre a urbanização do Dique da Vila Gilda, a maior favela de palafitas do País. O chefe do executivo santista destacou que o projeto é um exemplo de como infraestrutura e recuperação ambiental podem caminhar juntas.
“A infraestrutura com a recuperação ambiental existe e é possível desde que você tenha projetos bem feitos, e é isso que a gente está fazendo. Provamos que a infraestrutura convive e recupera. Muitas vezes, sem ela não há recuperação do meio ambiente, então é uma forma de a gente repensar as nossas leis, repensar a maneira de fazer gestão pública, sair fora da caixinha e aceitar os grandes desafios”, afirmou o prefeito.

O projeto do Parque Palafitas é inédito no país e foi reconhecido nacionalmente como “Solução Inovadora para Habitação” durante o Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social. O parque chamou a atenção no evento, especialmente pela possibilidade de implementação em outros locais. “Tem um potencial de replicação enorme”, ressaltou a mediadora Cristiane Borda.
Construído com tecnologia wood frame, da empresa Tecverde, o projeto pretende substituir moradias sobre o mangue por habitações sustentáveis, com infraestrutura urbana e saneamento básico, promovendo dignidade, sustentabilidade e recuperação ambiental.
Com previsão de entrega no primeiro semestre de 2026, o projeto piloto contempla 60 unidades habitacionais. As obras já avançam com a pintura externa do primeiro edifício e a concretagem das sete lajes de apoio sobre 212 estacas com blocos de fundação, fincadas a uma profundidade entre 30 e 35 metros.
Santos Sustentável
A Cidade de Santos também foi representada no C40 World Mayor Summit, realizado nesta semana no Rio de Janeiro, que reuniu prefeituras de todo o mundo para discutir ações climáticas e Soluções Baseadas na Natureza (SBN).
O destaque foi o programa Santos Sustentável, lançado neste ano com a meta de transformar 200 mil m² de áreas asfaltadas em áreas verdes em um período de 10 anos.

Representando o Município no encontro global, os secretários Fábio Ferraz, de Governo, e Glaucus Farinello, de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade, apresentaram iniciativas como a Acupuntura Verde, que propõe a substituição de áreas concretadas ociosas por jardins e canteiros, estratégia que deve gerar cerca de 50 mil m² de áreas verdes, um aumento de 1,25%.
“Essa é uma grande oportunidade de dar visibilidade para as nossas ações ambientais, com foco em investidores interessados, sendo, evidentemente, um passo importante para a captação de recursos. Além disso, pudemos fazer um intercâmbio muito proveitoso de experiências com outros municípios e organizações”, destacou Fábio Ferraz.
Além da regeneração ambiental em áreas de mangue, o Santos Sustentável prevê o plantio de 10 mil novas árvores em quatro anos, ações de educação ambiental, mobilidade sustentável e planejamento urbano verde.