PT estuda CPI da Lava Jato para "destruir" Moro
Partido de Lula quer aproveitar a onda para dizimar o senador
Publicado em 19/05/2023 às 21:30
O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está estudando a abertura de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Lava Jato. A ideia é ir para cima de Sérgio Moro (União Brasil) e aproveitar o momento em que o juiz está na crista da onda com crítica por todos os lados devido à cassação de seu principal aliado, o ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos).
Segundo apurou o NaTelinha, há deputados dentro da legenda recolhendo assinaturas de colegas para garantir a viabilidade da CPI. Em conversas privadas com a reportagem, parlamentares garantiram que terão nomes suficientes apoiando a abertura da Comissão para investigar a Lava-Jato.
A ideia é para acabar de vez com a trajetória política de Moro, que já está na mira do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pode ser cassado em breve, além de responder a processos no STF (Supremo Tribunal Federal). A CPI enfraqueceria ainda mais o senador e o colocaria numa situação de evidência diante do eleitorado brasileiro, obrigando a mídia a cobrir diariamente as investigações.
Parlamentares petistas acreditam que há indícios suficientes para apontar Moro como o grande mentor da Lava Jato e de uma suposta perseguição a Lula, ao PT e a grandes empresas brasileiras. Segundo eles, existe também a intenção de se descobrir se o ex-juiz atuou em conluio com os EUA para enfraquecer a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.
Não há um total de assinaturas já reunidas, mas sabe-se que todo o campo de esquerda apoia a CPI e há deputados empenhados em buscar novos nomes, como André Janones (Avante), que é visto como peça fundamental, inclusive para fazer parte da CPI, caso ela seja instalada. A estratégia também conta com o apoio de senadores da base aliada, como Renan Calheiros (MDB).
Um influente nome do PT contou à reportagem que a CPMI seria o ato final para destruir Sérgio Moro e vingar o Brasil por tudo o que aconteceu. Na visão deste político, o juiz é o responsável pelos problemas que afligiram o país nos últimos dez anos e teria chegado a hora de "se fazer justiça".