Bolsonaro é denunciado por golpe de estado e pode ser preso
Caso já foi enviado para o STF, que agora irá julgar

Publicado em 18/02/2025 às 21:27
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi apontado pela PGR (Procuradoria Geral da República) como líder de uma organização criminosa e denunciado por golpe de estado, juntamente com outras 33 pessoas, que fazem parte do entorno do político. Com isso, o caso já foi concluso para decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e ele, se condenado, poderá ser preso ainda em 2025.
Segundo o documento protocolado pela PGR no sistema do processo e que o NaTelinha teve acesso, para o Procurador, Jair Messias Bolsonaro e Braga Netto foram os líderes oficiais de uma organização criminosa que planejou um golpe de estado para impedir que o resultado das eleições 2022 fossem cumpridos.
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A denúncia voltou a 2021 e lembrou que, naquele ano, Bolsonaro chegou a organizar uma reunião com embaixadores para atacar as urnas eletrônicas e que o encontro fez parte de um plano maior que culminou com uma tentativa de golpe de estado, terminando em 8 de janeiro com a invasão do Congresso, do Palácio do Planalto e da sede do STF.
O próximo passo é a decisão do relator do processo, o ministro Alexandre Moraes, que deverá definir se aceita ou não a denúncia. Caso ele aceite, o ex-presidente se torna oficialmente réu por tentativa de golpe de estado e sentará no banco dos réus, sendo julgado pelo próprio Supremo, que é o responsável pelo caso, tendo o próprio Moraes como relator do caso.
Se for condenado, o ex-presidente filiado ao PL poderá ser preso ainda em 2025. Porém, como o ministro Alexandre de Moraes terá de analisar todas as páginas da denúncia antes de decidir se acolhe ou não e, se acolher, depois todo o processo terá de ouvir os réus, a tendência é que o julgamento ocorra apenas em 2026, portanto no ano das eleições.
Bolsonaro é acusado de tentar dar um golpe de estado após perder as eleições para Lula em 2022. Nos meses finais de seu mandato, ele instigou os eleitores, que se colocaram nas portas dos quartéis espalhados pelo Brasil. Investigação da da Polícia Federal mostrou que um plano foi traçado para prender ministros do STF, o próprio Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, inclusive com intenção de assassinar os três.
Embora todos os acusados desmintam as informações e neguem a tentativa de golpe, eles foram citados pelo ex-ajudante de obras de Bolsonaro, Mauro Cid que, preso, fez delação premiada e ajudou a PF a desmantelar todo o esquema. Além deles, centenas de pessoas foram presas após invadir Brasília em 8 de janeiro e estão sendo condenadas.