Leniel Borel

Após liminar e briga na Justiça por Linha Direta, pai de Henry Borel desabafa ao vivo no Encontro

Edição do Linha Direta de ontem (18) havia sido proibido de ir ao ar


Leniel Borel ao vivo no Encontro
Leniel Borel esteve ao vivo no Encontro - Foto: Reprodução/TV Globo
Por Thiago Forato

Publicado em 19/05/2023 às 10:25,
atualizado em 19/05/2023 às 10:32

Pai de Henry Borel, assassinado em 2021, Leniel Borel foi ao Encontro na manhã desta sexta-feira (19) e fez um longo desabafo à Patrícia Poeta e Manoel Soares sobre como tem passado recentemente. "É muito difícil, né? Como pai ter que lutar todo dia por Justiça pelo meu filho", lamentou.

O caso do filho foi destaque do Linha Direta na noite de quinta (18), cuja edição chegou a ser proibida de ir ao ar após pedido da defesa de Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e Monique Medeiros, mãe de Henry.

"Hoje eu vivo o luto na luta. Não consegui ter o meu luto ainda. Como foi falado, não temos nem data do júri ainda. Com todas as provas, apesar do excelente trabalho feito pela Polícia Civil, toda a materialidade do caso, continuar tentando provar o óbvio."

Leniel Borel

Pai de Henry se revolta no Encontro

Para ele, ver as imagens reexibidas no Linha Direta onde o filho sai do apartamento morto no colo da mãe, é triste não só como pai, mas como ser humano. "Eu tenho mãe, nunca imaginei que a mãe podia não proteger o filho dela", lamentou.

Leniel recordou que quatro edições do Fantástico tiveram reportagens sobre seu filho em 2021. Além disso, todas as redes de TV clamaram por justiça, bem como outros 28 países.

"Fico consternado com tudo que estou vendo. Nunca imaginei que o STJ ia soltar a Monique [mãe de Henry]. A Monique tá solta como eu e você, sem nenhuma restrição. Com todas as provas, todas as provas que vimos juntos, a omissão, saber da tortura e nada a fazer, com possibilidade de ter participado do ato do filho dela."

Por fim, lamentou: "É muito difícil pedir justiça, lutar pela justiça, provar o óbvio, está tudo muito concreto e ainda assim você vê uma justiça pró-réu. As vítimas estão sendo anuladas no Brasil hoje".

Linha Direta chegou a ser suspenso

O programa apresentado por Pedro Bial chegou a ser suspenso pela Justiça na última quarta-feira (17). Mas a emissora recorreu da liminar e o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou que a história fosse ao ar, dando uma resposta favorável ao canal.

Em nota enviada à imprensa, a Globo detalhou o que seria mostrado no programa comandado por Pedro Bial. "Em março de 2021, Henry, de quatro anos, foi morto no apartamento em que vivia com o padrasto, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, e com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva na Barra da Tijuca, Zona Oeste, do Rio de Janeiro", diz o comunicado, lembrando o ocorrido.

A polêmica em torno do Linha Direta começou quando uma liminar obtida pela defesa de Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, tentou impedir que o caso fosse abordado, alegando que poderia colocar em risco a imparcialidade do julgamento ao qual os réus serão submetidos.

A Globo recorreu da liminar e a Justiça disse que a não exibição tinha "o claro propósito de censurar a exibição da matéria jornalística de evidente interesse público". A juíza que vetou a exibição do Linha Direta "extrapolou os limites", relatou Gilmar Mendes. "A eminente magistrada extrapola os limites de suas funções judicantes para se arvorar à condição de fiscal da qualidade da produção jornalística de emissoras de televisão", completou em sua decisão.

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