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Marcos Frota relembra cena de surra violenta em O Clone: "Expressão de dor"

Ator protagonizou sequência marcante com Thiago Fragoso na novela em reprise na Globo; na trama, o veterano vive um drama com o filho viciado em drogas


Thiago Fragoso e Marcos Frota em cena de briga na novela O Clone, em reprise na Globo
Em O Clone, Nando e Escobar saem no braço nos próximos capítulos; sequência de violência inspirou cuidados nos bastidores - Foto: Reprodução/Globo

Em uma das cenas mais fortes de O Clone (2001-02), novela atualmente em reprise na Globo, Escobar, personagem de Marcos Frota, troca tapas e socos com o próprio filho, dependente químico. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, o ator relembra a sequência, marcante pela verossimilhança, e fala também de Jatobá, o personagem cego a que deu vida em América (2005), de volta desde a última segunda-feira (25) no Globoplay.

“É quando o pai não tem mais diálogo com o filho e vice-versa, e explode a agressão como única forma de expressão de dor e de confusão mental, de distúrbio espiritual”, define Marcos Frota sobre a sequência em que Escobar, seu personagem em O Clone, chega às vias de fato com Nando, papel de Thiago Fragoso.

“Nós ensaiamos muito a cena tecnicamente, mas se bem me lembro o diretor era o Jayme Monjardim, que liberou para que fizéssemos na real, apenas tomando cuidado para que a agressão fosse técnica, mas demonstrando um pouco a violência e a falta de diálogo entre pai e filho.”

O ator elogia a abordagem das drogas na novela de Glória Perez. “O assunto foi muito bem tratado. Na época, cheguei a levar para o Rock in Rio a campanha Voo sem Drogas, desenvolvida com o CONADE (Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas). Mais uma vez, a Glória Perez e a Globo usaram a novela como prestação de serviço público, de informação e de conscientização. Foi muito, muito importante.”

A cena deve ir ao ar na Globo nesta semana, mas pode ser cortada por conta do conteúdo violento e do horário de veiculação da reprise. Confira:

Como Jatobá em América, Marcos Frota contribuiu por divulgação de direitos dos cegos no Brasil: “Luta vencedora”

Marcos Frota relembra cena de surra violenta em O Clone: \"Expressão de dor\"

Três anos após O Clone, Marcos Frota repetiu a parceria com a autora Glória Perez em América. Pelo personagem Jatobá, que mostrava o dia a dia de uma pessoa com deficiência visual, ator e escritora receberam prêmios e homenagens. O laboratório antes de encarnar o papel em frente às câmeras foi fundamental para o êxito do trabalho, segundo o veterano.

A preparação antes da novela foi muito importante, porque eu ganhei intimidade com a deficiência visual e pude me soltar mais. Eu vendava meus olhos com um pano e ficava horas e horas andando pela casa. Além disso, construí também a emoção do personagem, a luta pela superação da deficiência, com uma preparadora de elenco.

Ao cair nas graças do público, Jatobá conscientizou sobre direitos e problemas enfrentados por cegos no Brasil, especialmente quanto à acessibilidade. “Tinha uma curiosidade muito bacana que era a presença do cão-guia, o Quartz. Isso dava um tom de alegria no set e popularizou a presença do cão-guia em ambientes públicos.”

“Hoje, a gente vê por aí toda uma aceitação por parte da sociedade com o cão-guia. Foi uma luta vencedora, porque a novela levou essa discussão para a sociedade. Também havia um programa de entrevistas dentro da própria novela, chamado É Preciso Saber Viver, comandado pelo nosso saudoso e querido Dudu Braga (1968-2021).”

Casal de América ajudou a música de Roberto Carlos a bombar em 2005

Marcos Frota relembra cena de surra violenta em O Clone: \"Expressão de dor\"

Também fez sucesso o casal formado com Vera (Totia Meirelles), embalado pelo hit A Volta, regravado na época por Roberto Carlos. “A Glória Perez, com muita sensibilidade, com muito humor, escrevia também a questão da relação afetiva, a história de amor que o personagem tinha. Isso tudo fez com que a gente espalhasse pelo país inteiro uma campanha nacional de conscientização da cidadania da pessoa com deficiência.”

“O Jatobá era um cara romântico, alegre, que tinha um objetivo, batalhar pela sua atuação profissional, mas também reconquistar seu grande amor. E, nesse caso, a Totia Meirelles foi espetacular comigo. Além de ser uma super atriz, uma mulher madura, bonita, resolvida, vinda do teatro, dos musicais. É uma atriz de profissão mesmo. A Totia Meirelles foi fundamental para que o Jatobá recebesse tanto carinho e afeto por parte do público.”

Longe das novelas, ator segue no picadeiro com projeto de formação Universidade do Circo

Marcos Frota relembra cena de surra violenta em O Clone: \"Expressão de dor\"

Longe das novelas desde uma participação em Sol Nascente (2016), Marcos Frota não abandona o picadeiro. Ele está à frente da Unicirco Marcos Frota, em parceria com a Petrobrás. “O projeto está consolidado, atendendo a mais de 1.500 jovens dos núcleos itinerantes espalhados pelo país. Só tenho que agradecer a essa semente que foi plantada com tanto amor e que resultou num trabalho tão abrangente.”

As reprises das novelas intensificam o afeto de quem comparece às apresentações. Entre os papéis mais lembrados, claro, está sempre o Tonho da Lua de Mulheres de Areia (1993). “Onde quer que eu vá com o circo ou com outros eventos, o público me recebe com muito carinho. E eu posso, então, retribuir andando por esse país com o circo, espalhando alegria, esperança e muito amor.”

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