Marcos Frota revela aprendizado como Tonho da Lua: "Sou grato até hoje"
Ator relembra sucesso da novela Mulheres de Areia, de volta no Globoplay nesta segunda-feira (15)
Publicado em 29/03/2021 às 05:00
Mulheres de Areia foi ao ar há quase 30 anos, mas é como se o público tivesse sido apresentado a seus principais personagens outro dia. As gêmeas Ruth e Raquel e o inocente Tonho da Lua se cristalizaram no imaginário popular, feito celebrado até hoje pelo ator Marcos Frota. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, ele relembra a novela de 1993, que chega nesta segunda-feira (15) ao Globoplay.
Segundo Marcos Frota, uma soma de fatores foi responsável pelo sucesso, um dos maiores da Globo no horário das seis. A novela de Ivani Ribeiro (1922-1995) era um remake de duas tramas escritas pela novelista: Mulheres de Areia (1973), da extinta Tupi, de onde veio a irresistível história das gêmeas rivais, e O Espantalho (1977), da Record, que tinha como fio condutor os conflitos políticos em uma cidade litorânea.
"Não é à toa que a novela toda hora ganha uma reprise. É uma história simples, mas que tem força e foi muito bem contada. A dramaturgia da Ivani já tinha sido incrível na década de 1970. O texto em si já era muito forte, e o elenco da nova versão era espetacular. Por isso, Tonho da Lua, Ruth e Raquel [defendidas por Glória Pires] romperam a barreira do tempo e entraram para a história da televisão brasileira", comenta Marcos Frota.
"Eu estava totalmente disponível para viver aquele papel por inteiro", afirma Marcos Frota
De alma pura e com o talento de esculpir bustos de mulheres na areia da praia, Tonho da Lua nutria uma paixão platônica por Ruth e era atormentado pelas maldades de Raquel. A composição do personagem com problemas mentais, longe de uma caricatura, rendeu toda sorte de elogios ao ator, então aos 37 anos. Três décadas depois, o veterano ainda é lembrado pelo personagem.
"O Tonho faz parte de um rol de personagens com muita força, pela construção, pela direção [de Wolf Maya]. E, claro, eu estava em um momento de me disponibilizar. Estava totalmente disponível para viver aquele papel por inteiro, e foi o que eu fiz. Aprendi muito com ele e até hoje sou grato por ter vivido um personagem como o Tonho da Lua."
Volta e meia, surgem boatos de que a Globo cogita produzir uma nova versão da trama. As opiniões dos fãs costumam se dividir nesses casos, mas Frota não acha má ideia. "Mulheres de Areia é uma história linda que merece estar sempre no ar, então o futuro a Deus pertence", resume.
"O ator tem que focar no exercício do seu ofício, não da sua vaidade", reflete o artista
Em live no ano passado, Marcos Frota relatou ter perdido bons personagens na TV por vaidade – ele não cita quais. "A carreira do ator é sempre feita de escolhas, e a gente erra e acerta. Alguns mais, outros menos. Eu poderia ter vivido outros personagens, mas não reclamo de nada. Sou muito grato a tudo na vida", diz o ator, aos 64 anos.
"Tudo que eu fiz foi com muita paixão e muito amor. Tenho uma carreira que é só gratidão, luz, benção e muito amor por essa profissão que eu abracei. Entendo que o ator tem que focar no exercício do seu ofício, e não no exercício da sua vaidade. Essa é uma questão constante que deve pautar toda a carreira de um artista."
Longe da TV, Marcos Frota se dedica ao circo. Em meio à pandemia, ele está envolvido no programa Unicirco: Arte, Educação & Comunidade, voltado para a democratização da cultura e a valorização das artes circenses. Envolvido na área desde a década de 1990 e também famoso por esse trabalho, ele tem compartilhado as novidades nas redes sociais.
"Neste momento de tanta dificuldade, me coloco à disposição para servir e ajudar de todos os jeitos. Procuro todos os dias, de uma forma bastante efetiva, ajudar, colaborar, contribuir e dialogar para que possamos fazer com que o país encontre um caminho de superação neste momento tão difícil pelo qual estamos passando", afirma.