Box Kids TV

Grupo Box Brazil lança canal infantil e defende TV a cabo: "Não ficará obsoleto"

Executivos garantem que canais lineares não estão com os dias contados, apesar da era de ouro dos streamings


Cícero Aragon e Ramiro Azevedo, executivos do Grupo Box Brazil
Cícero Aragon, CEO do Grupo Box Brazil e Ramiro Azevedo, diretor do Box Kids TV - Foto: Divulgação/Grupo Box Brazil

O Grupo Box Brazil estreia nesta sexta-feira (1º) um novo canal linear: o Box Kids TV. Ele está disponível tanto para a Pay TV quanto para o mercado OTT de plataformas digitais, com distribuição inicial para os assinantes da operadora Vivo. Cícero Aragon, CEO do Grupo Box Brazil, defende a criação de uma nova estação com conteúdo destinado às crianças e enxerga que o modelo de negócio da TV paga está em processo de transformação. Apesar disso, não crê que o formato esteja com os dias contados mesmo com a proliferação de serviços por streaming. "Não ficará obsoleto", garante em entrevista exclusiva ao NaTelinha.

Ao contrário do que pode parecer a princípio, Aragon afirma que o lançamento do novo canal não está na contramão do mercado. Ele recorda que a Universal lançou cinco novos canais em outubro do ano passado na América Latina, e em março, a Sony anunciou o lançamento do Sony Movies. O executivo também salienta que o grupo UOL, através do UOL Play, também segue a mesma linha e disponibiliza mais de 20 canais lineares em sua plataforma, prometendo que novos serão adicionados em breve.

"Todos esses movimentos, sejam eles realizados por programadoras, operadoras de PayTV ou plataformas streaming OTT, demonstram claramente que os canais lineares, ao exemplo do BOX KIDS TV – que contam com uma curadoria de conteúdo e programação feita pelos players de referência, em que o público confia e se identifica – continuarão contando com forte atratividade e relevância para o público consumidor."

Por que investir no público infantil?

Grupo Box Brazil lança canal infantil e defende TV a cabo: \"Não ficará obsoleto\"

Se na TV aberta as emissoras deixaram de investir de maneira maciça em conteúdo infantil, na TV a cabo isso segue de maneira crescente, garante Aragon. "Especialmente por conteúdos de qualidade. E o mercado demonstra isso", diz ele.

Nos últimos dois anos, por conta dos desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o audiovisual foi muito utilizado como ferramenta de auxílio ao ensino e segue sendo cada vez mais utilizado. "A indústria mundial de animação passa por um momento de grande efervescência, com dezenas de eventos internacionais de mercado focados em conteúdo para este público. Afinal, o público infantil representa uma das mais importantes faixas de consumo de conteúdo audiovisual e produtos derivados, como games, brinquedos e jogos educativos", frisa.

Há mais de quatro anos, o Grupo Box Brazil intensifica sua atenção com investimentos em licenciamento e oferta de conteúdo infantil, recorda ele. Contando com mais de 1000 títulos infantis no catálogo para oferta VOD, sendo mais de 30% destes conteúdos produzidos por empresas produtoras independentes brasileiras, Aragon afirma que a grande audiência desse tipo de produto é comprovada, bem como sua relevância.

"A decisão de ampliarmos, ainda mais, os investimentos neste segmento foi baseada na confirmação da relevância destes conteúdos a partir desta experiência construída, onde conseguimos entender ainda mais quais os temas e formas de comunicação contidas nestes conteúdos e que o nosso público infantil e seus familiares mais se identificam. Assim, entendemos que este é o momento de lançarmos o Box Kids TV, um canal dedicado a este público tão especial."

Cícero Aragon, CEO do Grupo Box Brazil

Gerações futuras só têm a ganhar com segmentação, diz diretor do Box Kids TV

Grupo Box Brazil lança canal infantil e defende TV a cabo: \"Não ficará obsoleto\"Lupita no Planeta de Gente Grande é uma das atrações do Box Kids TV

Desde que a publicidade infantil ganhou travas na TV aberta, as emissoras diminuíram, ou até zeraram seus investimentos no setor, com a impossibilidade de gerar receita. Visto isso, o grande filé ficou na TV a cabo. Para Ramiro Azevedo, diretor do Box Kids TV, as futuras gerações só têm a ganhar, e refuta a ideia de que isso atrapalhe a formação de novos telespectadores.

Sobre o novo canal, reconhece que está entrando em um terreno já dominado por grandes players, mas cita um dos diferenciais: "O novo canal linear é feito para o mercado de pay TV e plataformas OTT, a partir da experiência em um ambiente de consumo no formato VOD".

"Além disso, as empresas do grupo trazem uma bagagem de 10 anos de canais no mercado de PAY TV e uma grande rede de contatos com produtoras nacionais. As produções brasileiras se destacam em qualidade, criatividade e entrega, em relação às principais produtoras de conteúdo infantil (animação e live-action) do mundo, encantando o público brasileiro e internacional."

Em relação ao conteúdo do Box Kids TV, Azevedo destaca que o canal conta com parceiros de diferentes mercado na busca incessante por uma programação culturalmente diversa. No catálogo, estão animações nacionais como Astrobaldo, Jogos de Inventar, Animazoo, Bubu e as Corujinhas, Universo Z, Lupita no Planeta de Gente Grande, dentre outras.

TV paga passa por processo de transformação

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Os canais lineares do Grupo Box Brazil

Cícero Aragon, CEO do Grupo Box Brazil admite que a TV por assinatura vem passando por um processo de transformação tecnológica e mercadológica e não se transformou ainda mais por outros fatores, como questões comerciais, programadores e operadores ou por limites regulatórios. "Todavia, o consumo de conteúdo audiovisual, independente da forma de acesso, continuará a ser tanto no formato VOD como no formato de canais lineares", projeta.

Para o futuro próximo, descarta deixar os canais lineares de lado como grandes conglomerados vêm fazendo. "Não há planos de deixá-los de lado, muito pelo contrário. Nossos planos são de aumentar o número de canais programados e seguirmos com a distribuição destes canais tanto para o mercado de Pay TV, como para o mercado de plataformas OTT", promete.

"Da mesma forma que a TV não acabou com o Rádio, que a TV por Assinatura não pôs fim ao sucesso da TV aberta, temos certeza de que a oferta de conteúdo no formato VOD não tornará obsoleto a forma de consumo de conteúdo audiovisual através de canais lineares. Independentemente de a oferta de canais lineares ocorrer através do modelo de PayTV ou por plataformas streaming, o público consumidor continuará na busca de curadores relevantes de conteúdo que indiquem e organizem, além do formato VOD, os conteúdos audiovisuais de forma eficiente e os canais lineares continuarão sendo uma grande alternativa. Sem dúvida, os programadores são os maiores especialistas em oferecer este serviço."

O futuro do Box Kids TV

A médio e longo prazo, Ramiro Azevedo, diretor do canal, almeja consolidar a marca junto a pais e crianças, fazendo com que o Box Kids TV seja percebido como uma fonte de entretenimento confiável para crianças e familiares. "O caminho até atingirmos este objetivo é longo e há várias outras metas intermediárias, como a entrada em mais operadoras. São metas que precisam ser revistas mês a mês para fazermos os ajustes de rota necessários."

Ainda somente na Vivo, Azevedo adianta que as negociações com outras operadoras estão em curso. "No mercado OTT, da mesma forma, estamos em negociação com várias plataformas. Em breve anunciaremos novos parceiros de distribuição do nosso canal. O Box Kids também almeja atingir o mercado internacional, fora o brasileiro, assim como outros canais do grupo", promete.

 

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