Telecine encerra app, sofre fuga de filmes e "exclui" assinantes
Em abril, Telecine descontinua aplicativo
Publicado em 11/03/2022 às 04:00,
atualizado em 11/03/2022 às 10:32
A Rede Telecine passou a anunciar que vai encerrar seu aplicativo a partir de 1º de abril. A novidade já foi informada aos clientes Claro. Dentro de algumas semanas, portanto, o Globoplay é quem vai receber os assinantes. Na Sky, vice-líder de mercado, o acesso será restrito e poderá ser feito somente através de sua própria plataforma de streaming, a DirecTV Go.
A decisão de abolir o próprio aplicativo já vinha desde o segundo semestre de 2021, mas só agora foi oficializado. Para ter acesso aos mais de dois mil filmes do catálogo, a empresa está cobrando a bagatela de R$ 37,90 de novos clientes. Mais caro que concorrentes como a Prime Video (R$ 9,90) ou HBO Max (R$ 27,90), por exemplo.
Mas, daqui em diante, a Rede Telecine terá que enfrentar um desafio e tanto: se reinventar para ofertar conteúdo, já que os principais estúdios estão investindo nas suas próprias plataformas por streaming. Com a chegada do Disney+ e Star+, a empresa perdeu acesso aos longas do conglomerado. Desde o dia 28, as produção da antiga Fox já não estão mais disponíveis, e a tendência é que isso se agrave.
Telecine terá que se reinventar para conter fuga de assinantes
Atualmente, somente os lançamentos da Universal Studios aparecem primeiro na Telecine. Mas, nos Estados Unidos, a empresa já lançou seu próprio streaming intitulado de Peacock. Na Terra do Tio Sam, os longas levam de 45 dias até quatro meses depois de seu lançamento nos cinemas para chegar na plataforma. É questão de tempo para desembarcar em solo tupiniquim e provocar um rombo ainda maior no catálogo do Grupo Globo.
A Paramount, que também já lançou seu streaming no Brasil, vem fazendo a mesma coisa no país norte-americano. Ela anunciou em fevereiro que suas produções cinematográficas vão estrear por lá depois das telonas, assim como já acontece com a HBO Max (Warner), Disney+ e Star+ (estúdios Disney).
O Telecine como conhecemos hoje, portanto, terá que buscar se readequar ao mercado se quiser sobreviver. Afinal, ele cobra caro por um conteúdo premium, e que daqui algum tempo, não será tão premium assim. O acordo firmado com a Sony em 2018 pode ser um indicativo, talvez, do que ele poderá se tornar. O conglomerado, há quatro anos, fechou um acordo com o Grupo Globo para exibir seus filmes por lá, mas em segunda janela da TV paga, após estreia na HBO Brasil.
Procurada para comentar as mudanças e de que maneira os clientes Sky terão acesso ao Telecine a partir de abril, a empresa respondeu que cada cliente terá uma experiência individual dependendo da operadora.
"Operadoras que possuem suas próprias plataformas de vídeo - como Now da Claro, DirecTV Go da Sky e Vivo Play da Vivo, terão todo o conteúdo dentro de suas próprias plataformas, tanto conteúdo sob demanda quanto canais lineares ao vivo", disse em nota ao NaTelinha.
"Além disso, assinantes Claro e Vivo terão acesso a todo conteúdo também através do Globoplay. Na Claro, Vivo e Sky, são mais de dois mil filmes e seis canais segmentados por gênero pra toda a família, disponíveis no Now e no app do Globoplay", encerra.