Filme de Danilo Gentili tem classificação alterada pelo Ministério da Justiça
Como se Tornar o Pior Aluno da Escola vem sendo alvo de polêmica
Publicado em 16/03/2022 às 10:56,
atualizado em 16/03/2022 às 11:02
O filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola (2017), de Danilo Gentili, foi reclassificado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta quarta-feira (16). A decisão, publicada no Diário Oficial da União, consta que agora a produção é recomendada apenas para maiores de 18 anos por conter "coação sexual, estupro, ato de pedofilia e situação sexual complexa". Antes, a obra era indicado para maiores de 14 anos.
De acordo com a decisão da Justiça, caso o filme vá ao ar em TV aberta, ele terá que ser exibido obrigatoriamente somente após às 23h. "A nova classificação etária, com os devidos descritores de conteúdo, deve ser utilizada em qualquer plataforma ou canal de exibição de conteúdo classificável em até cinco dias corridos", informa o texto do despacho assinado pelo secretário José Vicenti Santini.
Ontem, o filme já havia sido proibido de ser exibido em qualquer plataforma. O documento determinou que plataformas como Netflix, Telecine, Globoplay, YouTube, Apple e Amazon. Caso elas não cumpram a determinação em até cinco dias, estarão sob pena diária de R$ 50 mil.
A polêmica envolvendo o filme de Danilo Gentili
O deputado André Fernandes publicou no final de semana um vídeo reproduzindo uma cena que o personagem de Fábio Porchat pede que duas crianças o masturbem em troca de um favor. Elas se recusam e o personagem do filme diz que elas são "retrógadas" e pedem para que elas "abram a cabeça". O conteúdo revoltou parte dos internautas.
Apesar do filme ser de 2017, o caso só ganhou repercussão nessa segunda-feira (14). Uma das denúncias da referida cena que mais repercutiram foi a do político André Fernandes (do PL, mesmo partido de Jair Bolsonaro). "Denúncia gravíssima! Atenção pais a mães! Isso não pode ficar impune. Façam a parte de vocês também", pediu ele, mostrando a cena indignando.
O ator principal da cena e intérprete do vilão, Porchat se defendeu no início desta semana: "Como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas".
Gentili ironizou o movimento do cancelamento. "O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista. Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio forte contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo", sintetizou.