Executivo da Disney se pronuncia após ter doado milhões para lei anti-LGBT
"Estamos comprometidos em apoiar a comunidade", disse o CEO da Disney
Publicado em 10/03/2022 às 08:35,
atualizado em 10/03/2022 às 08:52
Bob Chapek, CEO da Disney, se manifestou contra o chamado projeto de lei "não diga gay", da Flórida, e de quebra, doou US$ 5 milhões (25 milhões de reais na atual cotação) para apoiar o projeto. Desta vez, de acordo com o Deadline nesta quinta-feira (10), ele contou que apesar da quantia doada, a própria Disney vinha trabalhando nos bastidores para convencer os senadores a vetarem a lei.
"Entendo que nossa abordagem política, não importa o quão bem intencionada fosse, não deu certo", resumiu ele durante reunião virtual. O Sindicato de Animações dos Estados Unidos repudiu a posição da Disney em apoiar o projeto por avaliar que ele "é um erro e desafia a lógica e ética".
"A Walt Disney Company tem a oportunidade de ser uma líder a serviço da comunidade LGBTQUIA+ de um jeito que poucas outras empresas podem igualar", disse o Sindicato em comunicado. "Expressamos nossa decepção com as declarações dos líderes da Disney sobre a lei Don't Say Gay na Flórida. Aplaudimos as muitas vezes aliados, colegas e mais, que têm se pronunciado e reproduzindo essa decepção", continuou.
Se aprovado, o projeto proibiria a discussão sobre orientação sexual ou identidade de gênero em determinadas séries escolares ou de forma especificada. Dessa forma, a lei iria barrar a instrução sobre orientação sexual e identidade de gênero dentro da sala de aula por funcionários da escola, desde o jardim de infância até a terceira série.
Funcionários da Disney repudiam posição
A posição da Disney foi repudiada por Abigail Disney, sobrinha-neta do próprio Walt Disney (1901-1966), além de outros funcionários do conglomerado, como os roteiristas Benjamin Siemon e Bill Motz, por exemplo.
Depois disso, Bob Chapek afirmou que a Disney manterá sua postura contra a lei não só no estado do Flórida, mas também em todo o território estadunidense no intuito de votar projetos parecidos contra os direitos humanos. "Estamos comprometidos em apoiar a comunidade daqui pra frente", sintetizou o CEO.