Censura?

Ministério da Justiça proíbe exibição do filme de Danilo Gentili após polêmica

Produção é de cinco anos atrás, mas só agora começou a onda de críticas


Danilo Gentili de charuto ao lado de duas crianças do filme
Danilo Gentili protagoniza o filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola - Foto: Divulgação
Por Redação NT

Publicado em 15/03/2022 às 10:21,
atualizado em 15/03/2022 às 10:42

O filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola (2017) foi proibido de ser exibido em qualquer plataforma pelo Ministério da Justiça e Segurança Público nesta terça-feira (15). Caso as empresas não cumpram a decisão, estão sujeitos a desembolsarem R$ 50 mil por dia de multa, informou o site Metrópoles.

A decisão foi tomada em caráter cautelar e a suspensão foi aplicada "tendo em vista a necessária proteção à criança e ao adolescente consumerista". O ministro Anderson Torres, que comanda a pasta, chegou a criticar o filme no último fim de semana. De acordo com ele, há "detalhes asquerosos" na produção e adiantou seria tomada "providências cabíveis".

Apesar do filme ser de 2017, o caso só ganhou repercussão nessa segunda-feira (14). Uma das denúncias da referida cena que mais repercutiram foi a do político André Fernandes (do PL, mesmo partido de Jair Bolsonaro). "Denúncia gravíssima! Atenção pais a mães! Isso não pode ficar impune. Façam a parte de vocês também", pediu ele, mostrando a cena indignando. Após a repercussão, famosos apoiaram o político.

Danilo Gentili e Fábio Porchat se posicionaram

Ministério da Justiça proíbe exibição do filme de Danilo Gentili após polêmica

O ator principal da cena e intérprete do vilão, Porchat se defendeu no início desta semana: "Como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas".

"O vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado", disse. "Às vezes é duro de assistir, verdade. Quanto mais bárbaro o ato, mais repugnante. Agora, imagina se por conta disso não pudéssemos mais mostrar nas telas cenas fortes como tráfico de drogas e assassinatos? Não teríamos o excepcional Cidade de Deus? Ou tráfico de crianças em Central do Brasil? Ou a hipocrisia humana em O Auto da Compadecida. Mas ainda bem que é ficção, né? Tudo mentirinha", avaliou.

Gentili ironizou o movimento do cancelamento. "O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista. Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio forte contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo", sintetizou.

Qual o motivo da polêmica?

O deputado André Fernandes publicou no final de semana um vídeo reproduzindo uma cena que o personagem de Fábio Porchat pede que duas crianças o masturbem em troca de um favor. Elas se recusam e o personagem do filme diz que elas são "retrógadas" e pedem para que elas "abram a cabeça". O conteúdo revoltou parte dos internautas. Relembre:

 

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