Prostituta em Reis, atriz defende personagem e lamenta preconceito contra ofício
Adriana Rabelo relata como é interpretar personagens na trama da Record e Desalma, no Globoplay
Publicado em 21/06/2022 às 06:34,
atualizado em 21/06/2022 às 08:43
No ar com dois trabalhos potentes, Adriana Rabelo dá vida a mulheres guerreiras, mostrando a força feminina em diferentes formas. Se na série Desalma, do Globoplay, Catarina é uma matriarca que coloca a família em cima de tudo, tentando manter o casamento a qualquer custo, em Reis, novela atual da Record, Dalía tenta dar a filha tudo aquilo que não teve oportunidade de ter.
A personagem bíblica não vê outra saída a não ser se prostituir para cuidar de sua herdeira. Em entrevista exclusiva para o NaTelinha, Adriana relata como é dar vida a duas personagens tão fortes, lamenta a prostituição não ser legalizada como profissão no Brasil e revela o motivo de não ter sido mãe, mesmo fazendo tipos maternos na TV. Confira!
A questão familiar em Desalma
Na Globoplay, Desalma chama atenção por ser uma obra que aborda o sobrenatural. Na produção, Adriana interpreta uma matriarca cheia de complexidade. Segundo a atriz, participar da série foi um processo cheio de desafios.
"Foi muito gratificante. A minha personagem é uma mulher cheia de complexidade que carrega uma dureza sofrida. Há nela uma rigidez e ao mesmo tempo um mistério. A preparação de elenco com Ana Kfouri e as conversas com o diretor Carlos Manga Jr. foram muito importantes para descobrir outras camadas da personagem e trazer esse sofrimento no olhar, na voz e no corpo sem ser algo explícito", afirmou.
"Desalma tem uma atmosfera densa que o gênero sobrenatural traz. Esse universo é cheio de mistério e mexemos com forças desconhecidas. A Floresta é um lugar sagrado, é terra , ar e água. Quando estava gravando na floresta eu sentia um vento forte me atravessando, era algo mágico, que me trazia um desconforto e ao mesmo tempo uma calmaria. Para mim era a força da natureza que eu invocava sem perceber. Coisas de Desalma."
Adriana Rabelo
Adriana na pele de Catarina, em Desalma - Foto: André Hawk/ Divulgação
Personagem polêmica em Reis
Já em Reis , Adriana interpreta uma mulher que vira profissional do sexo para cuidar da filha. A atriz lamenta que a atividade não seja reconhecida como profissão, já que o ofício ainda é visto com muito preconceito na sociedade.
"Dalía é uma mulher sofrida que não teve escolha e se prostituiu para criar a filha. Seu objetivo é dar um destino diferente para a menina. Dalía tem muitas nuances. Quando está com um cliente é diferente de quando está com a filha. O que acho importante é buscar a humanidade da personagem. Acho que ela tem necessidades como todos nós como por exemplo: a necessidade do amor e da aceitação", afirmou a atriz de Reis, que teve mais uma fase finalizada no início do mês.
"Em países como Alemanha, Áustria e Suíça a atividade é regulamentada e regularizada. Regularizar a profissão no país impediria que muitos explorassem os profissionais do sexo, pois muitos se sustentam ganhando em cima dos seus lucros. Se existe um serviço e alguém que pague por ele, e essa troca é consciente por que não regularizar como profissão? Amenizaria também o preconceito, a exclusão e garantiria direitos humanos e trabalhistas."
Adriana Rabelo
Apenas mãe na ficção
Entre os dois trabalhos, uma coincidência é certa: duas mães que fazem tudo pela sua família. Especialista em interpretar esse tipo de personagem, Adriana afirma que não quer ser mãe na vida real.
"Me inspiro na minha mãe, nas minhas irmãs que são mães, em todas as mães que conheço. E também deixo meu instinto maternal fluir. Já tive vontade de ser mãe, mas não era uma prioridade na minha vida. Quando é uma prioridade existe um movimento muito forte para que aquilo que foi priorizado aconteça. Como não era uma necessidade eu comecei a me perguntar se ser mãe era um desejo meu ou um desejo despertado pela sociedade. Passei por muitos questionamentos e finalmente descobri que não queria ser mãe. E que e está tudo bem", comentou.
"A pressão por ser mãe está em todos os lugares: no relógio biológico, na idealização da maternidade, na indústria de artigos de bebês, nos comerciais de família margarina e em muitos outros lugares. Lido muito bem com essa pressão porque sou bem resolvida em relação a isso. Não me sinto menos realizada por não ser mãe. A maioria das pessoas vêem isso como um tabu e não deveria ser. É só uma escolha."
Adriana Rabelo
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