Dedé é dono de casas milionárias, mas lamenta: "não soube administrar dinheiro"
Ex-trapalhão já atuou em mais de 40 longas diz que gastou demais no auge da fama
Publicado em 21/07/2021 às 04:45,
atualizado em 22/07/2021 às 20:35
Dedé Santana, 85 anos, poderia estar aposentado curtindo a vida após uma longa trajetória no circo, TV, teatro e cinema. Mas o eterno trapalhão não pensa em parar, está cheio de planos e se prepara para viajar em breve com um circo itinerante. "Minha mulher fala assim: 'Por que você não para um pouco?' Eu falo para ela, se eu parar eu fico velho", brinca, em entrevista exclusiva ao NaTelinha.
Com uma carreira de quase 60 anos no cinema, Dedé atuou em mais de 40 filmes, muitos deles com os Trapalhões, que bateram recordes de bilheteria, além de dirigir alguns deles. Ao site, o comediante falou sobre os bens conquistados e disse poderia ter administrado melhor o seu dinheiro no auge do sucesso.
"Construí um patrimônio, mas não sou rico, tenho a minha casa em que moro que está avaliada em R$ 2,2 milhões, tenho uma casa no Rio que está avaliada em R$ 2,5 milhões e de vez em quando sai assim na internet: 'artistas que ficaram pobres' e vejo o meu nome lá. A verdade é, eu não soube administrar bem a minha vida financeira, poderia estar muito rico hoje. O Renato está muito rico, soube administrar o dinheiro", diz ele.
O humorista mora atualmente em Itajaí, Santa Catarina. "Quando vim trabalhar com o Beto Carrero, comprei a minha casa na praia de Cabeçudas, é muito legal". No Rio de Janeiro, ele tem uma casa no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.
Dedé fala de arrependimentos
O artista explica que, por ter tido uma infância humilde, crescido em circo, talvez tenha se deslumbrado com a fama e gastado mais do que deveria.
Fui um garoto vindo da barraca do circo, vim para o Rio de Janeiro ainda criança, não tive muito estudos. Estudei até o terceiro ano do ginásio (corresponde ao segundo ano do Ensino Fundamental), não sou um advogado como é o Renato, ele é um cara que estudou, graças a Deus. Ele estudou muito mais do que eu, confesso que muitas coisas eu perguntava para ele. Mas considero que sou da classe média. Gastei sem saber como, não tinha muita consciência, também tive outros casamentos, isso tudo atrapalha.
Dedé Santana
Apesar de não ter investido seu dinheiro como gostaria, isso não é o maior arrependimento do ex-trapalhão. "Se você pergunta para mim, 'você se arrepende de alguma coisa?’ Me arrependo de não ter lido mais. A minha filha Yasmin Santana fez a peça Violetas na Janela, com a Ana Rosa, ela lia três livros por mês, senti inveja disso. Me arrependo também de não ter estudado inglês, eu não falo uma palavra", conta.
Vacinado com as duas doses contra a Covid-19, o humorista pretende viajar pelo Brasil com o circo itinerante. Ele foi autorizado a captar R$ 1,2 milhão pela Lei Rouanet de incentivo à cultura. Dedé explica que as apresentações serão abertas ao público gratuitamente e pretende visitar regiões em que os moradores não tenham acesso ao cinema e teatro.
"Estou com um projeto agora, que vou começar em Niterói, porque nasci lá, chama circo itinerante, de manhã eu passo um filme que gravei, à tarde tem um espetáculo circense e à noite faço a peça Palhaços. Estou com tudo pronto, esperando autorização para liberar. Meu objetivo é rodar o Brasil", diz.
Recentemente, ele apresentou a peça em São Paulo, dirigida por Alexandre Borges, e arrecadou cinco toneladas de alimentos, que foram distribuídos para artistas de circo, técnicos de som, iluminadores e outros profissionais da arte.
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