Opinião

Atuação da semana: Juliana Paes é a atriz que o mundo todo deveria assistir

Mesmo com uma participação pontual, Juliana Paes roubou a cena em Renascer


Juliana Paes em cena de Renascer
Juliana Paes brilha em Renascer - Foto: Reprodução/Globoplay

Corre nos corredores da Globo que um diretor renomado afirmou categoricamente, certa feita, durante um teste de elenco. "Escolha a mulher bonita porque é mais fácil ensinar a técnica do que fazer da feia bonita". A frase, recheada de machismo e preconceito virou uma espécie de lenda urbana no mundo dos famosos, mas serve para mostrar também que beleza não é antagonismo de talento. A prova disso é Juliana Paes que concilia as duas características com rara maestria.

Em participação especial na novela Renascer, a atriz recebeu a incumbência de interpretar Jacutinga, que na obra original pertenceu apenas a Fernanda Montenegro. O papel é bem mais discreto que outros trabalhos, inclusive o mais recente, como Maria Marruá de Pantanal (2022), em que ela teve mais oportunidades de desenvolver cenas densas.

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Mesmo assim, na última semana, já na fase atual da novela de Bruno Luperi, baseada na obra do avô Benedito Ruy Barbosa, Juliana mostrou que é uma força da natureza e roubou a cena por mais de uma oportunidade. Mesmo com o rosto carregado de maquiagem, envelhecida e até "enfeiada" para mostrar uma personagem 30 anos mais velha do que na primeira fase.

Paes tem uma técnica de respiração ofegante em sua interpretação e utiliza muito a voz para carregar emoções. Mesmo assim, ela alia essa capacidade às rápidas mudanças de expressão e com tudo isso entrega grandes sequências dramáticas em quase todos os seus trabalhos. Dessa vez não foi diferente, nas mais recentes cenas de Renascer, embora emocionasse, a técnica de dramaturgia pulsava em cena.

Juliana Paes entregou tudo em Renascer

Quando surgiu na TV, mais de 20 anos atrás, lá em Laços de Família, Juliana talvez fosse só um rostinho bonito. Logo ela virou uma explosão de sensualidade com papeis que flertavam com o humor e o sensual, o que acabou lhe dando a marca pejorativa de gostosona, já que ninguém olhava para seu talento artístico.

Isso começou a mudar em Pé na Jaca (2006), com um papel completamente diferente e que lhe rendeu elogios. Mas a chave virou completamente com a Maya de Caminho das Índias (2009), uma protagonista quase mexicanizada e que a atriz levou com um pé nas costas.

Entre Maya e Jacutinga foram inúmeros trabalhos icônicos, como a sombria Bibi Perigosa de A Força do Querer (2017) e a solar Maria da Paz, de A Dona do Pedaço (2019), todas dignas de menção e prêmio. 

Juliana Paes é a atriz moderna, artisticamente completa e de uma beleza inigualável. Renascer provou que ela é a atriz que o mundo merece e só não tem, em sua casa, dezenas de estatuetas do Emmy ou do Oscar porque interpreta falando em português.

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