Atuações do Ano: Atores e atrizes que brilharam em 2024
Atuações do ano contaram com nomes de novelas e séries
Publicado em 01/01/2025 às 14:30
2024 foi bastante intenso quando o assunto é atuações do ano. Várias novelas e outras produções como séries garantiram ao público trabalhos que chamaram a atenção, seja de atores ou atrizes. Ainda que nem todas as obras tenham atingido o sucesso, o elenco quase sempre acertou o tom e foram dezenas de trabalhos acima da média e que acabaram por render elogios.
Sejam nas novelas das seis, das sete ou das nove. Ainda que apareceram em séries ou minisséries, tanto na TV aberta, quanto na fechada e, principalmente, no streaming, as atuações foram recheadas de qualidade e diferentes por si só, com interpretações naturalistas, caricatas, construções dramáticas ou de comédia, sempre enchendo a tela com seus talentos para que o telespectador pudesse sentir o maior número de emoções possível.
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Numa lista como esta não é possível colocar todas as atuações do ano, por isso foram separados alguns destaques que realmente chamaram a atenção e se tornaram inesquecíveis para o telespectador.
Confira as Atuações do Ano em 2024
Mariana Lima (No Rancho Fundo)
Tia Salete foi o maior trabalho da carreira de Mariana Lima e não cabe espaço para discussão. A atriz consagrada teve uma personagem que, embora coadjuvante, ganhou mais espaço e muitas camadas e ela não apenas deu conta como brilhou intensamente.
A personagem emocionou a cada nova situação, com um passado de sofrimento e um presente delicado, sempre graças a uma composição milimetricamente planejado por uma atriz que sabia exatamente o que fazer a cada cena. Se este trabalho foi o responsável por tirar dela a chance de interpretar Eunice Paiva nos cinemas, a fez se tornar a grande atriz de 2024.
Andréa Beltrão (No Rancho Fundo)
Fazia tempo que Andréa Beltrão não ganhava uma protagonista de novela, mas quando ela chegou, Zefa Leonel apareceu para se tornar icônica. A heroína de No Rancho Fundo tinha todos os elementos que uma grande personagem precisava e uma complexidade que somente atrizes com a envergadura de Beltrão tem para dar conta de um trabalho tão intenso.
Desde os primeiros capítulos da novela das seis era possível perceber que Andréa encheria a tela todos os dias. Não foi diferente e a trajetória de Zefa Leonel acabou se tornando icônica, muito por conta da interpretação seca, dura e sem nenhuma sutileza emprestada por uma artista que não pode permanecer tanto tempo sem papéis deste porte.
Alexandre Nero (No Rancho Fundo)
Alexandre Nero é um dos grandes atores da década passada e com trabalhos inesquecíveis. O ator voltou com tudo, mesmo num papel considerado menor, mas que ele aumentou no dente. Tico Leonel era quase uma escada para a esposa heroína, mas com um ator deste porte, tornou-se uma espécie de escape, tanto para a protagonista quanto para o público.
O sertanejo engraçadinho que sempre tem em uma novela da Globo ganhou ares sensíveis, sutis e com camadas de complexidade. Tudo isso porque o ator optou por um caminho diferente do que sempre se vê. Tico Leonel divertiu, emocionou e ganhou torcida porque Alexandre Nero sabe o que faz.
Carol Castro (Garota do Momento)
Mais uma atriz considerada eterna coadjuvante na lista. Carol Castro nunca ganhou personagens mais complexos, embora sempre com intensa competência. Dessa vez, em Garota do Momento foi diferente. Mãe da mocinha, ela teve um presente com uma oportunidade rara de interpretar alguém com carga dramática intensa, mesmo para uma novela das seis.
Clarice sofreu muito nos primeiros capítulos da novela e em todas as sequências melodramáticas ela se mostrou capaz de segurar a onda. Com uma composição forte e cheia de sofrimento era possível sentir a dor da personagem a cada nova expressão emprestada por uma atriz que soube aproveitar a chance.
Lília Cabral (Garota do Momento)
São poucas as atrizes que sabem fazer uma vilã reta. Ou seja, aquelas antagonistas que nasceram para fazer maldades e que não precisam de nenhum motivo para seus atos. Lília Cabral é uma delas e conduziu sua Maristela com maestria desde sua primeira aparição.
Atriz experiente e com diversos trabalhos icônicos, novamente ela acertou ao fazer uma mulher cruel e que é má apenas porque gosta de se dar bem e manter a pose em toda situação. Maristela é uma peste, mas é uma peste que hipnotiza a cada aparição porque Lília Cabral sabe de onde extrair os piores sentimentos do telespectador.
Nathalia Dill (Família é Tudo)
Fazia tempo que Nathalia Dill não brilhava tanto. A artista ganhou uma mocinha muito próxima do que se costuma ver costumeiramente na faixa das sete. Vênus era meio heroína, meio mocinha e ingênua em muitos momentos, precisando de alguém que soubesse vender essa inocência sem parecer tolice.
Embora a novela tenha tido altos e baixos, ela acertou o tom durante toda a trajetória e deu credibilidade, mesmo nos momentos em que se tornava quase impossível torcer por ela. Dill nasceu fazendo personagens assim e levou de letra sem grandes problemas mais uma construção para sua carreira.
Daphne Bozaski (Família é Tudo)
Família é Tudo não foi a melhor novela das setes dos últimos anos e não vai ser lembrada para sempre. Porém, Lupita poderia ser uma dessas personagens que o público lembrará por muitos anos tamanha a simbiose entre a tela e quem assistia suas cenas.
Isso se deve à entrega de sua intérprete. Daphne Bozaski não se preocupou em cair no ridículo, pisou os dois pés no pastelão e no dramalhão e conquistou cada um que assistia cada uma das sequências, além de mostrar-se pronta para desafios ainda maiores na Globo.
Milhem Cortaz (Volta por Cima)
O primeiro protagonista de Milhem Cortaz na Globo demorou demais. O ator, que ficou anos em papéis de destaque na Record, ganhou um presente na maturidade em uma novela que chama a atenção por sua coragem de ser leve e carregada ao mesmo tempo.
Osmar não é um bandido, não é um vilão, mas também não é um antiheroi. Ele é apenas um otário que quer ser malando e mete os pés pelas mãos. A composição solar promovida pelo ator o torna irresistível e da ares de grandes personagens do horário das sete.
Fabrício Boliveira (Volta por Cima)
Desde que surgiu na TV, Fabrício Boliveira mostrou ser talentoso e que merecia oportunidades, que acabou por demorar. Com seu Jão, ele agora carimba seu nome na lista de galãs que precisam ser aproveitados o tempo todo no formato porque domina a arte de construir herois que são impossíveis de não se torcer.
O mocinho de Volta por Cima não é alguém sem falhas, mas que cada erro é perdoável porque sua convicção em ser bom não muda. Muito disso se deve à construção de um ator que sabe como olhar, como empostar a voz e a ganhar o público com um charme irresistível.
Isabel Teixeira (Volta por Cima)
A atriz demorou para aparecer nas novelas e mais ainda para ganhar destaque. Mas a cada aparição ela deixa claro que não pode mais ficar fora das novelas brasileiras. Sua vilã Violeta é cruel num nível de dar medo para um telespectador mais desavisado, mas vai muito além disso.
Com humor e drama ao mesmo tempo, ela sai de uma ordem maldosa, para um ato de bondade ou uma sequência divertida em segundos, sem nem mexer a sobrancelha. Isabel Teixeira é muito boa atriz e domina sua personagem sem nenhum esforço, fazendo parecer fácil o que é extremamente complexo.
Juan Paiva (Renascer)
Que Juan Paiva é um dos mais importantes atores surgidos nos últimos 10 anos ninguém discorda. Mas o ator foi além nessa construção de João Pedro em Renascer. Um personagem com camadas e mais camadas de sofrimento e que poderia ser chato, tamanhas as crises de rejeição.
Somente um artista deste porte daria conta de situações tão difíceis. A cada cena difícil, Juan Paiva matou no peito e a transformou em icônica, colocando seu nome no topo da arte dramatúrgica do Brasil. O ator já é consagrado, mas Renascer reafirmou um talento que pode oferecer muito ao Brasil.
Humberto Carrão (Renascer)
Embora com uma participação especial apenas na primeira fase do remake de Renascer, Humberto Carrão marcou todos que assistiram a trama. Sua construção de José Inocêncio foi tão irresistível que perseguiu todo o personagem ao longo de sua restante de trajetória.
José Inocêncio é um personagem icônico por si só e Marcos Palmeiras deu conta de sua complexidade, mas foi Carrão quem conquistou com um olhar duro e humano ao mesmo tempo e que mostrou que é possível amar acima de tudo, controlando até a respiração em cenas românticas.
Edvana Carvalho (Renascer)
Não é todo mundo quem conhecia Edvana Carvalho. É bem verdade que sua Inácia virou uma espécie de satélite ao longo dos capítulos de Renascer e perdeu relevância. Mesmo sem grandes sequências próprias, ela iluminava as cenas a cada aparição, fosse como orelha ou como terapeuta de algum personagem.
Edvana não se preocupou com isso e roubou a cena por diversas vezes, quase sempre quando ela não deveria ser a protagonista da sequência. Agarrando a chance, ela interpretou com a dor no olhar que somente uma atriz que acredita piamente no que está interpretando é capaz de fazer.
Chay Suede (Mania de Você)
O grande ator de 2024 é Chay Suede. O ator pensou em tamanhas camadas para seu Mavi, desde a primeira fase, que é impossível fazer uma análise simplista. Com bom humor, com cacos e principalmente com uma condução visceral que é rara de se ver na TV ele brilhou intensamente o tempo todo.
Mania de Você é uma novela bastante irregular e cheia de problemas, mas isso não importa para Chay Suede. O ator entendeu a importância de viver um vilão de novela das nove e construiu um personagem inesquecível, com a interpretação mais poderosa do Brasil em alguns anos.
Juliana Paes (Pedaço de Mim)
A primeira novela brasileira da Netflix foi marcante e muito disso se deve a uma atriz que é inesquecível a cada novo papel. Em seu primeiro trabalho fora da Globo, Juliana Paes construiu uma Liana que parecia tão real que nos fazia sentir a dor da personagem.
Num dramalhão que mais parecia mexicano, ela abraçou a causa e se entregou de corpo e alma, como faz sempre. Com um tom de voz pausado, uma expressão facial trêmula e até a posição do corpo em cena davam indícios das dores de uma mulher que viveu o impossível, a atriz chamou a atenção por manter a qualidade de sua interpretação em qualquer tipo de papel.
Eduardo Sterblitch (Os Outros 2)
A segunda temporada de Os Outros não chega aos pés da primeira e foi totalmente desnecessária. Ainda assim, ela valeu a pena por consolidar um trabalho: Eduardo Sterblitch. Se alguém ainda tinha dúvidas de que ele é muito mais que um bom humorista, mas um ator impactante.
Sterblitch recebeu seu Sérgio como um vilão desumano e quase psicopata. As caras e bocas que ele emprestou ao personagem deu um ar de maluquice que lembrava os grandes trabalhos do cinema nos anos 60, o colocando no hall dos atores que precisam de mais espaço.
Claudia Abreu (Sutura)
O primeiro trabalho de Claudia Abreu fora da Globo não chamou tão a atenção dos telespectadores. Sutura, da Prime Video não é exatamente a Grey's Anatomy brasileira e sofre para entregar um roteiro que chame a atenção, mas a atriz brilha intensamente.
Como a doutora Mancini, Claudia nos lembra de seus grandes momentos na TV brasileira e entrega uma personagem complexa, rica em nuances e com sua mesma capacidade de conquistar pelo sorriso de canto de lábio. Mais uma composição que valeu a pena.