Opinião

Atuação da Semana: Andrea Beltrão fez o Brasil vibrar em No Rancho Fundo

Atriz brilhou do início ao fim e entregou tudo na última semana de No Rancho Fundo


Andrea Beltrão, como Zefa Leonel em No Rancho Fundo
Zefa Leonel brilhou em No Rancho Fundo - Foto: Reprodução/Globoplay

Quando uma novela chega ao fim, normalmente ela é rapidamente substituída no quesito informações pela sua sucessora ou por outras, até porque a procura por ela cai drasticamente por parte do público. Mas algumas ficam no imaginário popular por longo período, principalmente quando há personagens icônicos, como foi o caso de Zefa Leonel, defendida de forma contundente por Andrea Beltrão em No Rancho Fundo.

Desde que a novela, uma espécie de spin-off de Mar do Sertão (2022) estreou na faixa das seis da Globo, logo foi fácil identificar que a personagem seria carismática. Uma sertaneja, que cria uma penca de filhos, alguns agregados, com o suor do trabalho, sofrimento e muita luta, sonhando em encontrar uma pedra preciosa para mudar a vida de todo mundo, não é exatamente difícil de se pensar que vai cair nas graças do público em uma novela.

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Mas os tempos são outros e o gosto do telespectador passa cada vez mais por mudanças, por isso uma série de elementos deveria ser levados em conta. A começar pela intérprete. Beltrão passou muitos anos longe do formato até retornar em Um Lugar ao Sol (2021), que não pode ser chamada de volta, já que, por conta da pandemia, foi praticamente uma obra fechada. Em No Rancho Fundo seria seu grande teste de fogo para fazer ajustes no meio de uma trama aberta.

Nada disso foi necessário. Logo nas primeiras cenas foi possível notar que a atriz não estava ali só para cumprir contrato. Sua Zefa Leonel era uma sertaneja dura, castigada pela vida, mas com um brilho diferente no olhar. A atriz reuniu todas as características de mulher forte e que virou uma espécie de espelho da mulher brasileiro que luta todos os dias por mais dignidade e espaço.

A última semana de No Rancho Fundo serviu para entregar ao público uma protagonista decidida e que foi capaz de enfrentar de frente todos os vilões, sem medo do que poderia acontecer e de lutar por ver sua família feliz. O último capítulo, quando Zefa decide destruir a entrada da Gruta Azul, brincou o telespectador com uma Andrea Beltrão que soube mostrar que a decisão era planejada, doce, mas imutável, fazendo ser impossível não compreender os motivos da personagem.

No Rancho Fundo vai deixar saudades e se consagra como a melhor novela das seis desde Cordel Encantado (2011). Enquanto isso, Zefa Leonel se transformou numa personagem emblemática da dramaturgia brasileira no século XXI e Andrea Beltrão mostra que não poderia ter passado tanto tempo dentro das novelas. Que volte logo!

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