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Quanto Mais Vida Melhor bem que tenta, mas não é uma novela de Carlos Lombardi

Trama estreou lembrando lado bom de narrativas das 19h, mas também cometeu erros


Cena de Quanto Mais Vida melhor
Novela Quanto Mais Vida Melhor fez boa estreia - Foto: Reprodução/Globoplay

Desde o primeiro minuto da estreia de Quanto Mais Vida Melhor, ocorrida nesta segunda-feira (22), na Globo, foi possível enxergar que tratava-se de uma novela das 19h e que não tinha a menor vergonha disso. Ao contrário do que as antecessoras mostravam, a trama assinada por Mauro Wilson foi beber da fonte de produções consagradas do horário, tanto dos anos 90, quanto mais recentes. Mesmo assim, por se tratar de um novelista estreante, houve deslizes graves e que podem atrapalhar a condução da narrativa.

Ao apresentar quatro protagonistas, vividos por Giovanna Antonelli, Vladimir Brichta, Mateus Solano e Valentina Herszage, juntos dentro de um voo para, voltar no tempo e explicar como quatro estranhos estavam ali, Mauro Wilson bebeu da fonte de outras produções do mesmo horário. Foi assim com Cheias de Charme (2012), que já havia se inspirado na icônica Quatro por Quatro (1994). 

Por falar em Quatro por Quatro, a sensação que se tem é que Mauro Wilson bebeu da única fonte que lhe foi disponibilizada na carreira toda. Embora com assinatura de produções importantes como A Grande Família (2001) e Doce de Mãe (2012), a única novela em que o roteirista trabalhou na vida foi em Pé na Jaca (2006), também de Carlos Lombardi. E a tirar por este primeiro capítulo, ele tentará compilar tudo o que aprendeu com o novelista com mais cara de horário das sete da história da Globo.

Seja pelas piadas de duplo sentido que marcaram toda a trajetória do capítulo, seja pelos personagens dúbios, que ninguém sabe direito o que querem ou até pelo ritmo ágil das cenas, tudo em Quanto Mais Vida Melhor lembrava uma novela de Carlos Lombardi, até mesmo os diálogos cortantes. E isso pode ser um ponto importante e positivo para a narrativa, já que o autor com anos de Globo é um dos mais tarimbados da faixa e, talvez, o único com condições para recuperar a mesmice que se vê há anos.

Quanto Mais Vida Melhor bem que tenta, mas não é uma novela de Carlos Lombardi

O elenco mostrou-se bastante à vontade nos papeis, com destaque para Giovanna Antonelli que, embora com mais uma personagem repetida, parece interpretá-la como ninguém. Mesmo assim, ainda é cedo para saber se todos darão conta dos papéis, que caminharão do drama para a comédia em questão de segundos. O destaque negativo ficou por conta de Julia Lemmertz, que sempre vai bem, mas aqui pareceu deslocada e com um figurino completamente fora do mundo real. 

A direção também mostrou-se acertado, principalmente ao se preocupar em dirigir atores e esquecer um pouco conceitos de câmera, de fotografia e tudo mais. Sem firulas, houve chance para se destacar num trabalho que promete ser divertido.

Acontece que, apesar de todo o esforço de Mauro Wilson, o que se viu na tela foi falta de experiência. A história é boa, a premissa, embora repetida do cinema, também e a narrativa chama a atenção. Mas ele cometeu um erro básico demais que foi a falta de amarração logo na estreia. A forma como ele reuniu os quatro protagonistas passou longe de ser interessante e, ao longo de todo o capítulo, notou-se que este será um problema para ele.  Mauro Wilson pode fazer uma boa novela, mas Quanto Mais Vida Melhor mostrou que, mesmo tentando, ele não é Carlos Lombardi.

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