Atuação da Semana: Taís Araújo exorciza Helena e vira dona de Vale Tudo
Taís Araújo mostra o tamanho da atriz que é em Vale Tudo

Publicado em 06/04/2025 às 13:00
Taís Araújo levou 16 anos para voltar a protagonizar uma novela das nove. Após as duras críticas que sofreu em Viver a Vida (2009), a atriz parece que ficou traumatizada com a experiência e fugiu da responsabilidade, mas isso acabou em 2025 com Vale Tudo. Bastou uma semana da nova produção das nove no ar para ela exorcizar o papel icônico de Helena de Manoel Carlos e mostrou o tamanho da atriz que é.
Ela sempre deixou claro que não pretendia fazer uma mocinha neste momento, principalmente de novela das nove e queria fechar o ciclo de tantas novelas com uma vilã. Mas não se recusa Raquel Acioly e Taís fez muito bem em aceitar o desafio, ainda que isso a colocasse novamente no topo dos olhos do Brasil, como aconteceu em Viver a Vida.
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Se a experiência como uma Helena foi traumatizante, devido às críticas sobre sua composição e também a falta de força da personagem, considerada uma das piores de Maneco e que a traumatizou por longos anos. É bem verdade que, neste meio tempo, a artista foi uma das protagonistas de Amor de Mãe (2019), mas não se compara com o peso de carregar a história de uma produção das nove sozinha, na narrativa.
Ao menos na primeira semana, a atriz mostrou o tamanho do acerto que foi aceitar o papel e como, tanto Manuela Dias como Paulo Silvestrini fizeram muito bem em insistir para tê-la como Raquel. A personagem histriônica eternizada por Regina Duarte, em um de seus melhores trabalhos, na obra original de 1988, ganhou frescor com Taís e já mostra a competência de uma artista que sempre abriu portas para outras.
Nos seis capítulos exibidos até o momento, Raquel viveu diferentes sequências pesadas, que foram desde embate com a filha Maria de Fátima (Bella Campos), até a decepção de ter perdido a própria casa. Mas a força resiliente da personagem já apareceu com sua viagem para o Rio de Janeiro, ao mesmo tempo da força da natureza que ela é ao enfrentar Rubinho (Julio Andrade) para defender a filha.
O sofrimento de Acioly foi grande e a personagem poderia ser terrivelmente criticada por conta de sua defesa cega à filha nestes primeiros capítulos. Porém, o acerto de Taís Araújo com a humanização de uma mãe obstinada em salvar a filha dos "males do mundo", faz com que seja impossível não se solidarizar com ela.
Em um remake, a comparação é inevitável. Regina Duarte fez um grande trabalho ao criar uma Raquel histriônica e que só conseguiria brigar de igual para igual com Maria de Fátima e Odete Roitmann (Beatriz Segall) através do barulho. Em 2025, Taís Araújo foi por outro caminho, já que as vilãs também mudaram e a atriz certamente também passará a ser eternamente Raquel Acioly.