Enfoque NT

No Limite 6 prova que o formato teve data de validade expirada no Brasil

Reality foi fenômeno em 2000, mas definitivamente não terá a mesma força


Fernando Fernandes no No Limite 6 com as mãos na cintura
Fernando Fernandes no comando do No Limite 6; reality não decolou em 2022 - Foto: Reprodução/TV Globo
Por Thiago Forato

Publicado em 09/07/2022 às 11:30,
atualizado em 09/07/2022 às 15:11

O No Limite 6 chegou ao fim na última quinta-feira (7) com uma audiência de cerca de 10% menor em relação ao ano passado: 16,1 pontos ante 17,5. Apesar dos números aquém do esperado, a Globo promete uma nova leva de episódios em 2023 e abriu inscrições no site oficial do reality. Tudo indica que o programa perdeu fôlego ainda em 2001 e independente dos esforços, continuará repetindo um desempenho cada vez mais frustrante.

A performance de Fernando Fernandes é bem avaliada internamente, mas o baixo desempenho comercial aliado aos próprios índices apresentados neste ano podem pesar para que a nova temporada fique apenas na promessa, a exemplo do que já aconteceu em 2010.

Em 2009, o programa retornou depois de um hiato de oito anos e não empolgou. A emissora e Boninho chegaram a anunciar um novo No Limite para 2010, mas devido aos episódios decepcionantes, houve desistência e o projeto que foi o grande precursor dos realities no Brasil, foi engavetado.

O diretor, aliás, chegou a anunciar que o campeão do No Limite em 2010 ganharia uma vaga no BBB 11, além do prêmio em dinheiro. O reality só retornaria em 2021 em meio à pandemia de Covid-19 e que fez com que o gênero tivesse um "boom". Com o Big Brother, a Globo faturou uma quantia na casa do bilhão de reais e apostou que um fenômeno parecido pudesse acontecer com o No Limite.

No Limite virou murro em ponta de faca

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A Globo vendeu a temporada 2021 se escorando em resultados alcançados pelo BBB e imaginando que o público se sentiria afetivamente atraído. "Nossa paixão por realities começou aqui", alardeava a emissora. A realidade mesmo apareceu em 2022, depois dos resultados decepcionantes do ano passado.

Com um elenco de ex-BBBs e sob o comando de André Marques, o programa sofreu um bombardeio de críticas. A Globo, mesmo assim, deu um voto de confiança e imaginou que tudo poderia mudar com a escolha de um novo apresentador e colocando gente disposta a passar perrengue, sem se importar com influenciadores que usaram a atração apenas como vitrine para faturar.

A temporada 2022 provou que o No Limite talvez seja um programa que não funcione mais na TV aberta aqui no Brasil, e isso independente do elenco ou quaisquer artifícios que a produção possa usar para torná-lo mais atrativo. Se mesmo em 2001 o formato já dava sinais de desgaste e teve um desempenho ruim em 2009, 2021 e agora, de novo, dificilmente há o que ser feito. Apenas aceitar que teve seu tempo.

Nos Estados Unidos, o reality está na 40ª temporada (sim, quadragésima), mas são mercados distintos. Em terras tupiniquins, o Big Brother ainda é um fenômeno, enquanto na Terra do Tio Sam ele é transmitido apenas três vezes por semana e não é nem ao vivo.


Thiago Forato é jornalista, assina a coluna Enfoque NT desde 2011, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Forato também é autor do blog https://parlandodepalmeiras.com.br. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br ou no Twitter, @tforatto 

 

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