Publicado em 01/08/2022 às 07:58:44
Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso falaram ao Fantástico na noite de domingo (31) sobre o ataque racista sofrido pelas duas filhas em uma praia de Portugal. A agressora, uma mulher branca, também ofendeu outros clientes. Giovanna não ficou calada e foi pra cima da agressora. "Eu não vou sair como a louca, raivosa, como acontece com tantas outras mães pretas, que são leoas todos os dias, assim como fui nesse episódio", relata.
Bruno recorda que eles foram para um restaurante conhecido e que segundo Giovanna, gostam de ir ao local porque sempre há pessoas pretas. "Para os nossos filhos, a gente acha muito importante estarem em ambientes com pessoas pretas", opina.
"E eles estão na praia brincando e, de repente, uma das crianças subiu e falou para gente o que tinha acontecido. E aí a gente ficou chateado, bem chateado. E começou... E vocês viram aquelas imagens", diz Bruno.
Segundo Giovanna, a mulher estava dizendo coisas como "pretos imundos" e "voltem para a África" e que "Portugal não é o lugar pra vocês, vão embora daqui". "Acho que ela nunca esperava que uma mulher branca fosse combatê-la como eu fui, daquela maneira. Eu sei que eu, como mulher branca, indo lá confrontá-la, a minha fala vai ser validada", orgulha-se ela.
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Giovanna ainda refletiu: "Teria essa atenção toda se fôssemos pais pretos de crianças pretas?".
A mulher foi levada para uma delegacia da Guarda Nacional Republicana, bem perto da praia onde Bruno e Giovanna estavam com os filhos. Ela prestou depoimento, foi identificada e depois liberada. Agora, o casal tem até seis meses para apresentar uma queixa crime formal às autoridades portuguesas.
O correspondente do Fantástico no país europeu, Leonardo Monteiro, esteve na praia onde a mulher realizou os ataques, e falou com testemunhas. Elas relataram que a agressora já estava discutindo com atendentes antes dos atos racistas.
De acordo com o advogado especialista em Direitos Humanos Hélio Gustavo Alves, esse crime racial tem previsão no Código Penal português, no artigo 240. Dependendo de como a corte portuguesa enquadrar, a mulher pode pegar uma pena de 6 meses a 5 anos de prisão.
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