Publicado em 13/07/2022 às 13:33:00, atualizado em 13/07/2022 às 16:34:55
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As atrizes Cinnara Leal, Dani Ornellas e Roberta Rodrigues acusam o diretor Vinícius Coimbra de racismo nos bastidores de Nos Tempos do Imperador. A novela das 18h chegou ao fim na Globo em 4 de fevereiro, com baixa audiência e muitas polêmicas. Reportagem divulgada nesta quarta-feira (13) deu mais detalhes sobre as denúncias, investigadas pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ).
Em episódio relatado pela reportagem, em uma cidade cenográfica nos Estúdios Globo, Coimbra teria ordenado: “Elenco pra esse lado, negros pro outro lado”. Uma das atrizes questionou, na ocasião: “E eu que sou do elenco e sou negra, de que lado fico?”, mas foi ignorada pelo diretor da novela.
Ainda segundo a reportagem, o MPT-RJ abriu inquérito e, na tarde de terça-feira (12), colheu o depoimento das três atrizes. Elas pedem indenização pelo crime de racismo e por danos morais. Em breve, outros nomes serão convocados para prestar esclarecimentos sobre o assunto.
As artistas só decidiram ir à Justiça porque o fato foi comunicado aos diretores Ricardo Waddington, de entretenimento, e José Luiz Villamarim, de dramaturgia, mas nada foi feito para apurar o caso internamente na empresa. A Globo tem um sistema de compliance para proteger as relações entre os funcionários e apurar denúncias de abusos, como assédio moral ou sexual.
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O NaTelinha entrou em contato com a assessoria de comunicação da Globo, que emitiu a seguinte nota:
"A Globo desconhece a investigação citada na matéria e reitera que não tolera preconceito racial. A fim de manter seu ambiente corporativo livre de discriminação, a empresa conta com um sistema de compliance atuante, com treinamentos de conscientização frequentes de seus colaboradores e um código de ética que proíbe a discriminação e pune severamente as violações apuradas."
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Bastidores de Nos Tempos do Imperador teve segregação racial, segundo atrizes
O afastamento de Vinícius Coimbra foi a primeira medida tomada internamente na Globo, depois de uma operação de guerra para tentar abafar o caso com a produção ainda no ar. Ele foi demitido da emissora em março, um mês após as acusações de Cinnara Leal, Dani Ornellas e Roberta Rodrigues se tornarem públicas.
Desde outubro do ano passado, quando Nos Tempos do Imperador ainda estava no ar, o trio vinha mostrando a sua insatisfação com algumas medidas tomadas por Vinícius nos bastidores. Exemplos claros de segregação racial como a divisão de camarins e até horários de refeições para ‘os negros’ e para ‘os brancos’. Os atores também eram constantemente chamados de ‘escravo’, ‘mucama’ e ‘neguinho’ antes das gravações das cenas e isso gerava um clima tenso nos bastidores.
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O diretor de entretenimento da Globo, Ricardo Waddington, o diretor de dramaturgia José Luiz Villamarim e os autores da trama Alessandro Marson e Thereza Falcão foram informados sobre o mal-estar no trabalho, mas, para surpresa do elenco, nenhuma medida foi tomada contra o diretor. Pelo contrário: a ideia foi abafar o caso até a novela acabar, em fevereiro.
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