Publicado em 02/04/2022 às 08:17:00
Em 2 de abril de 2002, ia ao ar o último episódio da primeira temporada do BBB na Globo, comandado por Pedro Bial e que consagrou Kléber Bambam como campeão e faturando R$ 500 mil. O famigerado Big Brother, que surgiu em 1999 na Holanda, desembarcava no Brasil depois de ser "testado" no SBT com o sucesso na Casa dos Artistas (2001-2002). O reality global passou a ditar o ritmo da TV, adiando estreias das concorrentes e fazendo isso até hoje.
Em uma época que havia poucas novidades durante o verão, já que várias emissoras apostavam em reprises, melhores momentos do ano anterior ou algo do tipo, o Big Brother foi "apressado" em função do sucesso do programa do SBT que tinha o comando de Silvio Santos. A mania nacional que se transformou a Casa obrigou a Globo a acelerar a produção do BBB, que estava prestes a estrear sua segunda temporada em fevereiro daquele ano.
Duas décadas depois, poucos, ou ninguém imaginava que o reality se transformaria no que se transformou. Sucesso de público consistente, fenômeno de faturamento e um engajamento naquilo que sequer existia na época: as redes sociais. De quebra, o BBB continua moldando os outros canais, fazendo com que eles planejem estreias de acordo com a data de término do reality global.
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Ainda nos dias de hoje, é notório que ninguém deseja fazer frente ao Big Brother. A Record programa a estreia de A Fazenda para o último trimestre, e quando lançou A Fazenda de Verão, em 2012-2013, para concorrer com o reality da Globo, virou fumaça. Volta e meia, o canal adia o Power Couple Brasil justamente para não pegar o Grande Irmão embalado.
A Band, que tem o MasterChef como o carro-chefe, também não quer saber de enfrentá-lo. O SBT, por muitos anos, se absteve de fazer frente. Os novos filmes e outras estreias só iam ao ar a partir de abril.
No ano 2000, o programa já ganhava alguns entusiastas no Brasil. Numa edição de julho daquele do jornal do Brasil, o jornalista Sérgio Dávila escreveu um artigo com o seguinte título: "Por que não tem Big Brother no Brasil?". O pedido era para que a Globo arriscasse uma versão brasileira, já que não preparava nada "de novo".
Inspirado no nome do personagem do livro 1984, de George Owell, o Big Brother estreou na Holanda em 1999 e tinha a premissa de desafiar nove candidatos a um teste de sobrevivência. O principal tema que dominava as primeiras temporadas era a renúncia à própria privacidade, elemento que se tornou pouco discutido atualmente, onde o jogo é o fator mais repetido pelos participantes e público.
Na Terra das Tulipas, os participantes viviam 100 dias trancados dentro de uma casa em Amsterdã sob a mira de milhares de espectadores na TV e internet. O prêmio era de US$ 120 mil para o campeão.
No ano 2000, Silvio Santos teve a chance de comprar o reality, mas não pagou porque achou caro. Ele teve acesso a documentos e manual do Big Brother, e chegou a assinar um termo de que não usaria aquelas informações. Meses depois, pirateou o reality e produziu a Casa dos Artistas, que acabou sendo julgado como plágio em 2015.
Já o Big Brother Brasil continua no ar sendo exibido anualmente no verão, com exceção da temporada de número 2, que foi exibida praticamente colada com a primeira, indo ao ar entre maio e julho.
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