Publicado em 07/05/2021 às 04:44:46,
atualizado em 07/05/2021 às 10:18:56
Depois de ter se desfeito de produtos como a Copa Libertadores da América e a Fórmula 1, que foram parar nas mãos de SBT e Band, respectivamente, agora a Globo revê outro tipo de contrato: o para exibição de filmes. Parceira da Disney, Warner, Universal e Sony, a emissora tentará pagar menos e corre o risco de perder parcerias importantes, apurou o NaTelinha. O enorme estoque de filmes que possui se transformou em problema ao passo que o dólar está na casa dos R$ 5,50 e a exibição de longas blockbusters inéditos custam alguns milhares de reais.
A Globo possui um enorme acervo de filmes de praticamente todas as distribuidoras, mas os grandes títulos custam caro. Ela é quem determina quais filmes quer comprar, já que todos os contratos são por preferência. Aqueles que ela não quiser, outras emissoras podem adquirir. No entanto, a emissora carioca quase sempre faz valer o acordo e garimpa os mais cobiçados.
Os valores de cada filme são tratados individualmente, mas quando a Globo fechou a maioria dos contratos, o dólar ainda estava abaixo de R$ 4 entre 2018 e 2019. Os acordos "dolarizados", portanto, não eram vistos como fonte de problemas, ainda que as distribuidoras cobrem mais caro e tentem jogar mais pesado no aspecto financeiro na hora de vender para a Globo.
Estima-se que ela desembolse cerca de US$ 70 milhões (pouco menos de R$ 400 milhões na cotação atual) anualmente em filmes para abastecer suas principais sessões de cinema, como a Tela Quente, Temperatura Máxima, Campeões de Bilheteria, Sessão da Tarde, dentre outras.
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Nos últimos dias, a emissora vem desovando vários filmes em suas sessões. Isto é, suas exibições estão perto de vencerem e longas até com certo apelo de audiência são "desperdiçados" na madrugada. A Globo vem promovendo também os seus próprios produtos Globoplay na Tela Quente, no ar há mais de 30 anos. Mais barato para exibir, ela ainda consegue angariar assinantes para sua plataforma por streaming. O mercado mudou.
A Disney, que vem concentrando seus esforços na sua plataforma por streaming, não deve renovar contrato nos mesmos termos assinados em abril de 2019. Nem todos os títulos estarão disponíveis para exibição na TV aberta. O futuro da Warner também é incerto a partir de 2022.
Procurada pelo NaTelinha para comentar se pretende se desfazer de suas parcerias nos próximos meses, a Globo confirmou que está em época de renovação de contratos, mas que as conversas para que os compromissos sejam prolongados caminham bem. Confira a nota abaixo na íntegra:
"A TV Globo tem contrato de licenciamento de filmes com os estúdios Disney, Universal, Warner e Sony. Além disso, a TV Globo adquire direitos de filmes independentes no mercado internacional e é ainda a maior exibidora de filmes brasileiros do país.
Esta diversidade no fornecimento de filmes é importante para manter a relevância e o desempenho de audiência dos slots de filmes da emissora.
É um esforço que o público reconhece e valoriza, já que todos os slots de exibição de filmes na TV Globo são líderes de audiência.
Não há, no momento, nenhuma sinalização de não renovação de contrato de licenciamento de filmes. Pelo contrário. Conversas sobre renovação já começaram e caminham muito bem.
Na nossa visão, a estratégia dos estúdios internacionais de lançarem seus próprios serviços de streaming no Brasil não conflita com a exibição dos filmes na TV Globo. São janelas de exibição diferentes e complementares."
Warner e Disney, duas das maiores parcerias que a Globo mantém para a exibição de filmes, preferiram não se manifestar.
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