Climão

Alexandre Garcia se estranha com âncora da CNN Brasil ao vivo: "Não sei se volto"

Clima ficou tenso no noticiário


Rafael Colombo e Alexandre Garcia
Rafael Colombo e Alexandre Garcia: clima fica tenso no estúdio - Foto: Reprodução/CNN Brasil
Por Redação NT

Publicado em 06/05/2021 às 10:51,
atualizado em 06/05/2021 às 12:43

O jornalista Alexandre Garcia se estranhou ao vivo com o âncora Rafael Colombo, que apresenta diariamente o jornal CNN Novo Dia nas manhãs da CNN Brasil. Nesta quinta-feira (6), o assunto do quadro Liberdade de Opinião foi uma atitude do presidente Jair Bolsonaro, que avalia editar um decreto com base no artigo 5º da Constituição de 1988 contra medidas restritivas de governadores e prefeitos no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O comentarista da CNN Brasil se indignou: "Tem que haver um decreto pra cumprir a Constituição. Vi hoje no jornal, 'Bolsonaro é ameaça com decreto'. Estamos ameaçados de que alguém nos faça cumprir a constituição. Isso resume tudo. Como ele chamou? De pleonasmo abusivo. Um decreto pra fazer cumprir a constituição".

"Mas a constituição dá direito a vida também, né, Alexandre? Os governadores e prefeitos não estão tentando garantir o direito a vida?", questionou Colombo. O silêncio tomou conta do noticiário, e ao pensar que o colega não havia ouvido, encerrou sua participação: "Valeu, Alexandre, a gente volta a conversa amanhã".

Repreendendo o âncora, Garcia esbravejou: "Eu tô sendo entrevistado". "Desculpa, pensei que você não tivesse ouvido", corrigiu Colombo. "Não sei se a gente volta", rebateu ele. "Ok", prosseguiu o âncora do jornal.

O NaTelinha apurou que nos bastidores Garcia já vinha criticando as perguntas de Rafael Colombo durante seu quadro na emissora. A reportagem procurou a assessoria de imprensa da CNN Brasil para comentar o episódio, que se limitou a garantir a permanência de Alexandre no Liberdade de Opinião. Também contatado, o experiente jornalista não respondeu as nossas mensagens.

Confira:

Comportamento reincidente na CNN Brasil

No ano passado, em agosto, Colombo já havia confrontado Alexandre no Liberdade de Opinião. O jornalista defendia o uso de hidroxicloroquina, que não tem eficácia comprovada no combate a Covid-19. "

"O governo brasileiro comprou mais de 4 milhões de doses. Se ela não funcionar, vai fazer o quê com ela?", perguntou o apresentador ao colega, que rebateu: "'Se ela não funcionar' não existe porque ela está funcionando, né?".

Colombo retrucou: "Ninguém provou que está funcionando, né, Alexandre?". O jornalista veterano, convicto da eficácia do medicamento porque Bolsonaro disse ter se curado com ele, respondeu: "Uai, mas as pessoas que sobreviveram são a prova".

O apresentador, então, desabafou sobre a morte de pessoas próximas: "Sim, mas e os 100 mil que morreram? Eu, por exemplo, tive dois amigos que morreram de Covid. Eles morreram à toa então? Porque fica parecendo que com 20 reais na farmácia eles poderiam estar aqui vivos comigo agora, e não é assim, né?".

Alexandre Garcia, ainda acreditando na eficácia de um medicamento não recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), indagou o colega: "É, eles certamente não morreram à toa. Eu pergunto: eles usaram hidroxicloroquina prematuramente?".

Colombo insistiu na dúvida sobre o uso da substância indicada por Bolsonaro. "Eu não tenho esses detalhes a respeito do tratamento dele, agora não tenho a menor dúvida de que se a cloroquina funcionasse a gente não teria 100 mil mortos e não seria hoje o país com o terceiro maior volume de mortos no mundo, porque você vai à farmácia aqui do outro lado da rua e compra a caixinha de remédio", afirmou o apresentador.

Colombo prosseguiu deixando claro seu posicionamento contrário à divulgação massiva da cloroquina feita por Alexandre Garcia durante o programa. "Eu faço questão de fazer esse posicionamento aqui porque depois há uma mistura em redes sociais a respeito da minha opinião com a opinião que o Alexandre manifesta aqui. Eu tenho todo respeito pela carreira e pela história do Alexandre, mas me sinto no direito de fazer esse posicionamento e do dever, mais do que isso, porque eu também perdi gente muito próxima por causa dessa doença e fica parecendo que elas morreram porque não quiseram gastar 20 reais para tomar cloroquina", opinou.

Confira a repercussão redes:

 

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