Publicado em 30/06/2021 às 04:31:00,
atualizado em 30/06/2021 às 10:02:52
A sinopse de Roque Santeiro resumia Ninon e Rosaly como “as meninas da Matilde”, personagem de Yoná Magalhães (1935-2015), sem mais detalhes. Os papéis deveriam ser pequenos na trama, mas se tornaram divisores de águas para as atrizes Claudia Raia e Isis de Oliveira. Esta, hoje aos 70 anos, em entrevista exclusiva ao NaTelinha, relembra o sucesso da novela exibida entre 1985 e 1986, agora disponível no Globoplay, e também abre o jogo sobre a violência doméstica e o infarto sofridos no ano passado.
“No início, ninguém tinha noção de que Roque Santeiro seria aquele sucesso de parar o Brasil. Na apresentação do elenco, a Claudia, que fala e gesticula bastante, já ficou minha amiga. Ela inclusive me deu muita força para fazer a novela quando eu ainda estava insegura em aceitar a personagem. Não tínhamos muita intimidade com a Yoná, mas depois formamos um trio que era uma festa! Nós nos divertíamos muito, viramos melhores amigas”, conta Isis de Oliveira.
A atriz lembra que arriscava uns passos de dança para dar vida à ambiciosa Rosaly. Do trio, apenas Claudia Raia tinha experiência como bailarina, e a inexperiência das outras duas resultava em momentos hilários nas gravações. São lembranças que voltam à memória agora, com o retorno da novela no streaming. “Gosto muito de rever meus trabalhos. Quando gravamos, quase não tínhamos tempo de assistir aos capítulos, por conta das gravações noturnas.”
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Marco na TV brasileira, Roque Santeiro alçou Isis de Oliveira ao posto de estrela dos anos 1980. Hoje, ela rejeita o status de musa da época: “Eu não era musa nenhuma! Primeiro porque eu não acreditava nisso, e se você não acredita, não mostra que é. Eu já era conhecida como modelo, mas na televisão tive que começar do zero. Eu sabia tudo de passarela, mas não sabia nada de atuar”.
“Um dia, eu estava em um desfile e a Alcione Mazzeo [também atriz e ex-modelo] me disse: ‘Estão fazendo teste para a TV’. Comecei em figuração em programa da linha de shows”, recorda. A carreira como atriz teve início substituindo Sandra Bréa (1952-2000) quando esta faltou ao humorístico Planeta dos Homens, nos anos 1970. “Só me puseram nas novelas muito tempo depois. Sempre fiz testes. Só depois tive personagens feitos para mim, pelo Cassiano Gabus Mendes (1929-1993). Esse gostava de mim.”
Foi do novelista que Isis ganhou a madame Mimi, uma socialite vingativa em Meu Bem Meu Mal (1990), última novela da atriz na Globo. Ela foi demitida da emissora após se desentender com o diretor Paulo Ubiratan (1947-1998). Irmã de Isis, Luma de Oliveira também havia deixado o elenco, meses antes.
“O que aconteceu foi uma coisa com o Paulo [Ubiratan, diretor], já resolvida e esclarecida. Tanto que depois protagonizei episódios do Você Decide, fiz outras participações em novelas, também na Band e na Manchete, além de peças de teatro. Não fiquei parada depois que saí da Globo.”
Longe da TV e dos palcos, a veterana segue acompanhada por um séquito de fãs. No Instagram, são mais de 1 milhão de seguidores. “Desde o Orkut que eu lido muito bem com as pessoas que me seguem. Sempre respondo a cada um. Claro que tem esse lado bom e também um lado ruim. Tem pessoas, geralmente mulheres, que vem ao meu perfil falar mal, dar uma alfinetada, comentam de uma maneira agressiva. Também recebo nudes, mas apago e bloqueio”, revela.
Os haters e os seguidores mais saidinhos, por sorte, são minoria. “Já conheci pessoas que se chamam Isis por minha causa. Fico super agradecida, envaidecida, porque é uma homenagem. Alguns nem chegaram a me ver atuando nessas novelas, mas me seguem porque os avós, pais e mães eram meus fãs”, detalha.
Entre os seguidores, são recorrentes os pedidos para seu retorno à TV. Também pelas redes, ela conhece roteiristas com quem desenvolve projetos, que sinalizam um possível retorno da artista. “Acho que rápido, rápido, eu volto!”, promete.
O ano passado foi especialmente difícil para a atriz. Além da pandemia da Covid-19, Isis de Oliveira foi vítima de violência doméstica pelo então marido, com quem foi casada por seis anos. Em julho, ela sofreu um infarto.
“Essas duas coisas me fizeram ficar muito dura. Eu não estava bem comigo mesma, não conseguia chorar nem reagir. Não tive ajuda de amigos, sumiram todos, mas, graças a Deus, sou uma pessoa de muita fé. Com o tempo voltei ao meu normal, vivendo um dia de cada vez.”
Atualmente, ela segue em quarentena. “Fui vacinada, mas você pensa que estou contente com isso? Não! Porque eu penso no outro, que ainda não recebeu as duas doses. Me importo e chego a passar mal com os problemas dos outros. Fico mal ao ver um presidente que debocha, faz piada com quem não consegue respirar e que tira a máscara de um garotinho. Fico assustada com essa pessoa que não nos dá vacina”, desabafa.
Ao final dessa entrevista, concedida por telefone no início da semana, Isis faz um pedido: que o texto seja publicado com uma indicação para o seu perfil no Instagram. “É o único meio que tenho de ter contato com as pessoas que gostam de mim. Isso me faz muito bem”, diz. Feito:
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