Publicado em 28/04/2024 às 10:30:00
Marcos Palmeira optou por fazer uma composição diferente da original em Renascer. Experiente, o ator foi por um caminho diferente de Antônio Fagundes e mostrou talento ao humanizar o duro fazendeiro José Inocêncio. Na cena mais forte do personagem, ele mostrou ter acertado ao seguir por esta rota e emocionou o Brasil com a tristeza do protagonista ao perder o filho.
Quando a nova versão de Renascer estreou em sua segunda fase, houve quem torcesse o nariz para Marcos Palmeira. Afinal, o fazendeiro amargurado desde a morte da esposa era muito diferente da memória afetiva do grande público. O José Inocêncio de Antônio Fagundes era duro, quase gutural, numa composição de gênio. É verdade que o caminho natural seria seguir o caminho do sucesso já experimentado, mas não para um ator experimentado.
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Palmeira desceu o tom, mostrou o amargor, mas até doçura em um personagem muito mais humano e que se aproximava de um pai com seus próprios fantasmas, mas que mostrava amar os filhos em cada nova conversa sem briga. Completamente diferente da outra versão.
Se a decisão já era acertada a cada momento, na última semana, com a morte de José Venâncio (Rodrigo Simas), o capítulo deveria ser todo dedicado à descoberta. Cada personagem teve seu momento e muitos do elenco conseguiram entregar brilho, como foi o caso de Juan Paiva, cada vez mais consolidado como um dos grandes nomes da nova geração.
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Porém, a partir do momento que Inocêncio descobre que o filho morreu e fica diante do corpo sem vida de Venâncio, Marcos Palmeira pegou a novela toda para si. Cada palavra de um texto denso e forte criado por Bruno Luperi foi dito como um soco no estômago do telespectador.
Todos os capítulos anteriores em que Palmeira havia suavizado e humanizado seu fazendeiro serviu para preparar o telespectador para este momento. Ali, toda a dor foi expressa e mostrou um José Inocêncio humano e que não suporta mais as dores que a vida prepara.
A sequência toda de Renascer foi muito bem feita, seja pelo texto, seja pela execução, mas o maior destaque foi mesmo Marcos Palmeira. O ator, que é um dos grandes na dramaturgia brasileira, mostrou por que foi tão acertada a escolha do nome dele para o papel e como sua composição distante de Antônio Fagundes também merece palmas.
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